O presidente da Geórgia Mikhail Saakashvili há pouco declarou que não lhe importam muito as ações de protesto da população e anunciou as eleições antecipadas do presidente e do parlamento , sendo seguro na sua reeleição e vitória nas parlamentares. Saakashvili tenta restabelecer o prestígio do seu país na arena mundial e superar a crise interna mais rápido possível, mas as causas da crise pelo visto , estão fora da Geórgia.
Segundo dados da imprensa em torno da data de 10 de dezembro a província da Sérvia de Kosovo anunciará oficialmente a independência da sua província. Logo, na segunda metade do mesmo mês se espera que vários países ( não só ocidentais) reconheçam a independência de Kosovo.
Se isto acontecer , passo seguido, outros países ( não só a Rússia) plantarão o tema de independência de Abkházia e de Ossétia do Sul ( repúblicas rebeldes no território da Geórgia). Aqui não abordamos a independência de , por exemplo, Flandria , a província de Bélgica e outros casos semelhantes na Europa.
Saakashvili perfeitamente entende que em esse mesmo momento se decide a integridade da Geórgia , pelo qual deve resolver todos os problemas políticos internos , obter a reconciliação com seu povo descontento, para ganhar tempo e impedir a proclamação da independência por estas repúblicas rebeldes.
Pelo contrário , a Abkházia poderia manifestar ( e o Ocidente aceitará seus argumentos) que simplesmente não pode permanecer numa Geórgia instável. Ocidente não terá outra alternativa como agir segundo o precedente de Kosovo. É uma prática da Justiça de muitos pises ocidentais.
Dentro do País , Saakashvilli está absolutamente asilado, quase todos seus ex-amigos encabeçam agora partidos da oposição ou foram expulsos do país como aconteceu com ex-ministro da Defesa, Irakli Okruashvili.
Se a crise continuar se agravar , ao presidente seria mais difícil manter-se no poder, porque o único instrumento disponível é o apoio do Ocidente e particularmente dos EUA. Mas os norte-americanos não podem permitir-se o luxo de apoiarem o líder cuja política é semelhante a aplicada por Lukashenko em Bielorrússia ou por Karimov em Usbequistão .
Por Lyuba Lyulko
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