A Bulgária vai pedir a extradição de seus cidadãos depois do Conselho Superior das Instâncias Judiciárias (CSIJ) da Líbia ter comutado ontem (17) para prisão perpétua a pena de morte a que tinham sido condenados um médico palestino ( que recebeu a cidadania búlgara) e cinco enfermeiras búlgaras, acusados de terem infectado com o vírus da sida 438 crianças, num hospital de Benghazi.
A Procuradoria búlgara começou o processo e enviará os documentos necessários para Líbia, declarou hoje (18) o Procurador-Geral da Bulgária, Bóris Velchev
Os familiares das crianças infectadas com o vírus da Sida, no Hospital Bengazi, na Líbia, aceitaram um acordo financeiro que prevê que cada vítima receba um milhão de dólares, cerca de 700 mil euros. Em troca, abdicam de exigir a pena de morte para as cinco enfermeiras búlgaras e para o médico palestiniano.
Baseando nessa decisão o Conselho Superior das Instâncias Judiciárias (CSIJ) da Líbia comutou ontem para prisão perpétua a pena de morte a que tinham sido condenados um médico palestino e cinco enfermeiras búlgaras, acusados de terem infectado com o vírus da sida 438 crianças, num hospital de Benghazi, segunda cidade da Líbia. Dessas crianças, 56 já faleceram.
Os seis funcionários foram presos em 1999 e têm alegado inocência desde o primeiro momento. Apesar de terem existido testemunhos de especialistas que afirmaram, em tribunal, que a epidemia de Sida já existia no hospital antes da chegada do médico e das enfermeiras, os acusados foram mantidos na prisão sem acesso a advogado, durante a maior parte do tempo. Para além disso, acusam o Governo Libanês de tê-los submetido a tortura e a tratamento desumano.
E quem são os prisioneiros?
Kristiana Valtcheva tem 48 anos, chegou à Líbia em 1991, com o seu segundo marido, Zdravko Guéorgiev, que também foi detido em Fevereiro de 1999, mas foi libertado em 2004.
Nassia Nenova, de 40 anos, está na Líbia desde 1998. Foi detida quando regressava à Bulgária. Depois de ter sido torturada pela Polícia, tentou suicidar-se.
Valia Tcherveniachka tem 55 anos e trabalhara num hospital líbio, em Tarhuna, de 1984 a 1997, até ser transferida para o hospital de Benghazi, em Fevereiro de 1998.
Valentina Siropoulo,de 48 anos, trabalhou na Líbia desde Fevereiro de 1998 até ser detida. Tinha emigrado para este país para arranjar dinheiro para pagar os estudos a um filho.
Snejana Dimitrova tem 54 anos, sofre de diabetes e parece a mais débil de todas. Foi detida uma primeira vez em finais de 1998, depois libertada e novamente detida em Fevereiro de 1999.
Achraf Joumaa Hajouj, o médico palestiniano (naturalizado búlgaro em Junho de 2007) estagiava no hospital de Benghazi quando foi detido em Janeiro de 1999, recebeu a cidadania búlgara.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter