Sarko-Sego

O palco está preparado em França para uma batalha renhida entre a Socialista Ségolène Royal e o candidato da UMP, (centro-direita) Nicolas Sarkozy, daqui a duas semanas, depois de terem garantido um lugar na segunda volta das eleições presidenciais, eliminando François Bayrou e Jean-Marie Le Pen.

Com a mais alta taxa de votação em 25 anos, o povo francês votou previsivelmente para um contendo esquerda-direita entre dois candidatos que prometem mudanças numa França ressurgente na comunidade internacional. Sarkozy promete lançar uma política de reformas económicas audazes, fazendo uma “ruptura” com o passado, enquanto Ségolène promete uma sociedade “mais justa”.

O que eles representam

Ségolène Royal, a candidata do Partido Socialista, 53, tem um plano de 100 pontos, a ser financiado por um aumento anual de 2,5% no PIB. Entre as suas políticas figuram um aumento do salário mínimo para 1.500 Euro, aumentar a pensão estatal por 5% e ligar o subsídio de desemprego a 90% do último salário durante um ano.

 Promete construir 120.000 casas sociais por ano e pretende reduzir a dependência em energia nuclear, com 20% da energia providenciada por fontes renováveis até 2020. Ségolène Royal representa a consolidação da semana de 35 horas de trabalho e diz que não vai aumentar a carga fiscal. Finalmente, visa assumir uma posição dura contra crime, enviando criminosos juvenis a campos de treino com regimes de disciplina militar. Na sua política externa, ela propõe apresentar um Tratado U.E. renegociado à população num referendo e criar um governo da zona Euro que estimula crescimento económico entre políticas fiscais uniformizadas.

Ségolène Royal nasceu em Senegal e foi Ministra do Ambiente (1992/3), Vice Ministra para a Educação (1997/2000), Vice Ministra para a Família, Infância e mais tarde, Cidadãos com Necessidades Especiais, (2000/2).

Nicolas Sarkozy, 52, líder do Partido do centro-direita UMP (l’Union pour un Mouvement Populaire), sob os slogans “Juntos, tudo de torna possível” e “Imaginemos a França de depois” tenciona financiar as suas propostas ao custo de empregos na função pública, que promete reduzir. Representa uma abordagem flexível à reforma (pensões dependendo no número de anos de contribuições) e promete não alterar a carga fiscal ou de contribuições de segurança social para horas de trabalho após os 35 horas semanais.

Empenhando-se em eliminar os sem-casa em dois anos, este ex-Ministro do Interior (que usou a palavra racaille , “escumalha” , para referir a delinquentes juvenis e que postulou sobre a propensidade genética das pessoas cometerem crimes) tenciona implementar uma política de imigração que favorece trabalhadores qualificados e de reduzir os impostos por 4 pontos percentuais. No ambiente, Sarkozy representa a energia nuclear como fonte principal.

Na sua política externa, ele favorece a criação da União Mediterrânea (Chipre, Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal), opõe-se à adesão da Turquia à União Europeia e promete colocar um menor, mini-Tratado U.E. frente ao parlamento francês.

Filho de um húngaro e uma francesa, nasceu em Paris. Advogado de profissão, tornou-se Prefeito/Presidente da Câmara de Neuilly-sur-Seine (1983 – 2002) antes de ser escolhido Ministro de Estado para o Interior e Ordenamento do Território e brevemente, Ministro das Finanças em 2004.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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