ONU contra a discriminação racial

21 de Março de 1960. Sharpeville, África do Sul. A polícia abre fogo contra um grupo de manifestantes a pedirem o fim de leis promovendo a discriminação racial, assassinando 69 pessoas e ferindo dezenas mais. No Dia Internacional para a Eliminação de Discriminação Racial – 21 de Março – Ban Ki-Moon alerta o mundo face a um aumento de actos de racismo, que mina objectivos de desenvolvimento.

O Secretário-Geral da ONU declarou no seu discurso hoje perante o Observatório de Discriminação Racial, que tem havido “um aumento perturbador” nos incidentes de discriminação racial nos anos recentes, após décadas de “passos significativos” em frente, e avisou que esse desenvolvimento coloca um “obstáculo formidável” no caminho de desenvolvimento nacional.

Ban Ki-Moon considera que as práticas racistas não só lesam indivíduos, como também danificam sociedades, porque os indivíduos são “impedidos de realizar seu potencial” e por isso não conseguem contribuir plenamente ao progresso nacional. Acrescentou que o racismo perpetua “desigualdades sociais e económicas profundas” que, “onde não são confrontadas, podem causar desequilíbrio social e conflito, minando a estabilidade e crescimento económico”.

Ban Ki-Moon fez seu discurso no Observatório deste ano, sob o tema “Racismo e Discriminação – Obstáculos contra o Desenvolvimento”, em que afirmou que os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio estão em risco, em parte devido a discriminação racial e étnica. “As leis nos livros ainda não estão traduzidas na melhoria de condições em campo. E numerosos países ainda têm de formular e implementar políticas anti-discriminatórios efectivos,” explicou.

Além disso, Ban Ki-Moon alertou que “De forma geral, os relatórios recentes apontam para um aumento perturbador em incidentes de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância em muitas partes do mundo”, acrescentando que a ONU tem um papel importante a desempenhar na monitorização e implementação dos direitos humanos.

Louise Arbour, Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, disse que as sociedades que permitem a discriminação racial estão a negar a elas próprias a possibilidade de desenvolver-se, “não permitindo o contributo de porções da sua população e potencialmente semeando as sementes de conflito violento”.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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