A Uniáo Africana (UA) decidiu ontem (30) que Gana deve encabeçar a organização no próximo ano. A liderança da organização foi prometida ao presidente sudanês Omar al Bashur, mas ele perdeu a chance ao posto devido à violência em Darfur.
O Chefe de Estado do Ghana, John Kufuor, foi ontem designado presidente da União Africana (UA), informaram fontes oficiais, encerrando a polémica sobre a possibilidade do Sudão assumir estas funções.
A designação do presidente do Gana , John Kufuor, foi anunciada pelo presidente da Comissão da União Africana, Alpha Konaré. Em declarações aos jornalistas à margem da cimeira da UA, Konaré disse que a decisão de eleger Kufuor foi adoptada por "consenso geral". Konaré disse que o presidente sudanês também apoiou a proposta. "A decisão foi africana, totalmente africana", afirmou.
Para a eleição de Kufuor foi tido em conta o facto do Ghana celebrar este ano o 50º aniversário da sua independência.
Kufuor substitui o congolês Denis Sassou Nguesso, eleito presidente rotativo da UA na cimeira semestral realizada em Janeiro do ano passado na capital sudanesa.
Na altura, El-Beshir exprimiu o desejo de dirigir a organização, mas a sua candidatura foi rejeitada por muitos membros da UA, que acusam o regime sudanês de violar os direitos humanos.
O regime de Cartum é acusado pela comunidade internacional de ser responsável pela crise em Darfur, que já causou mais de 200.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados, desde 2003.
A possibilidade do Sudão assumir a presidência da UA foi contestada pela Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, bem como pelo arcebispo sul-africano Desmond Tutu, Nobel da Paz.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Tchad, Ahmat Allam-Mi, disse, também ontem, que o seu país suspenderia a sua participação na União Africana se o Sudão ficasse com a presidência da organização.
Com Diário Digital
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter