O Relatório Climático de 2006 tornado hoje público pelo Instituto de Meteorologia e que confirma a tendência para a ocorrência de situações extremas em Portugal, vem agravar as preocupações de Os Verdes em relação às alterações climáticas e às medidas que urgem ser tomadas nesta matéria.
Não sendo este relatório uma surpresa, visto que todos os estudos efectuados apontavam este cenário, ele vem no entanto tornar evidente a urgência das medidas a tomar no sentido de Portugal cumprir as suas responsabilidades no quadro do Protocolo de Quioto. É importante relembrar que Portugal foi o país que mais viu aumentar as suas emissões de CO2, sendo estas sobretudo provenientes do sector dos transportes rodoviários. O relatório em causa volta a colocar na ordem do dia a necessidade da implementação de uma politica de transportes públicos que se apresente como uma verdadeira alternativa ao transporte rodoviário em Portugal.
Por outro lado, vem também tornar óbvia a necessidade de tomar medidas de adaptação para fazer face aos impactos ambientais que se vão fazer sentir, particularmente os que decorrem do aumento dos períodos de seca e do efeito desta sobre alguns recursos fundamentais à vida, tal como a água.
Para Os Verdes, é urgente a implementação de medidas de gestão da água que reduzam os desperdícios, promovam a utilização de águas recicladas e que minimizem os gastos desnecessários, sobretudo em períodos de crise. É também tempo de rever seriamente a construção de projectos turísticos que envolvam grandes desperdícios de água, como é o caso dos campos de golfe.
Os Verdes consideram ainda que é fundamental rever políticas agrícolas no sentido de promover uma agricultura menos consumidora de água, impulsionando o cultivo de espécies mais adaptadas ao nosso clima.
É essencial ter em atenção a gestão dos rios internacionais partilhados com Espanha, sobretudo sabendo que a seca se fará sentir no país vizinho com tanta ou ainda maior intensidade que em Portugal.
Sendo que os impactos sentidos em Portugal estão relacionados com as alterações climáticas a nível global, o relatório hoje tornado público evidencia ainda a necessidade de Portugal pressionar, no quadro da União Europeia e das relações internacionais, os países que não aderiram ao Protocolo de Quito, como os Estados Unidos da América e a Austrália, no sentido de o ratificar e de assumirem compromissos de redução de emissão de CO2, sobretudo quando são dos maiores poluidores do mundo.
Fonte: PEV
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