No Líbano a oposição, liderada pelo movimento xiita islâmico Hezbollah, convocou a greve geral como parte de sua campanha para forçar a renúncia do governo liderado pelo primeiro-ministro Fouad Siniora.
O líder do movimento xiita Hezbollah, Hassan Nasrallah ontem à noite fez a segunda aparição pública após o conflito com Israel. Apelou à participação massiva da população nos protestos desta terça-feira, afirmou que não irão recorrer à violência e acusou o governo de conduzir o país para uma nova guerra civil. Os libaneses responderam saindo hoje às ruas.
Centenas de manifestantes bloquearam as principais vias de acesso e ruas da capital do Líbano, Beirute.
Segundo testemunhas, os manifestantes queimaram pneus e fizeram barricadas para bloquear as ruas e estradas e impedir qualquer um de ir ao trabalho. A única via de acesso ao aeroporto de Beirute foi bloqueada, assim como as principais estradas ligando a capital a outras cidades, noticia BBC.
Nuvens de fumaça dos pneus queimados formavam uma nuvem escura sobre a cidade, disseram testemunhas. O governo já avisou que tropas poderão ser usadas para manter a ordem e pediu que as pessoas vão ao trabalho normalmente. Os manifestantes afirmaram que vão manter os protestos até atingirem seus objetivos.
O Hezbollah quer a formação de um governo de unidade nacional no qual o grupo e seus aliados tenham uma fatia suficiente para garantir poder de veto.
Desde 1º de dezembro, a oposição vem sitiando o prédio do governo em Beirute. Segundo o correspondente da BBC em Beirute Jim Muir, como até agora a estratégia não teve o efeito desejado, a oposição decidiu aumentar a pressão convocando esta greve geral.
Siniora enfrenta uma semana decisiva. Na quinta-feira, em Paris, na conferência internacional, o líder do governo libanês vai tentar obter ajuda para reconstruir o país após o conflito Hezbollah-Israel e controlar a dívida externa que ascende a quase 200% do PIB.
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