No dia 6 de Novembro, a Conferência sobre Alterações Climatéricas da ONU começa em Nairobi, Quénia, dois dias depois da acção global simultânea contra Alterações Climatéricas.
A questão das Alterações Climatéricas e as suas consequências não é fantasia ou suposição por cientistas que querem fama é um fenómeno documentado, um facto científico, apoiado por anos de pesquisa pelos organismos mais respeitados e os resultados são gravíssimos, apontando para uma alerta muito clara para o futuro da humanidade.
Enquanto alguns tratam estas informações com derisão, reclamando que não passam de boatos, simplesmente porque a implementação das medidas proferidas pela comunidade científica custa dinheiro, a verdade é que o problema não poderia ser mais grave e se não agirmos agora, a nossa geração será apontada como aquela que nada fez, por puro egoísmo, para salvar o planeta, escolhendo o caminho covarde de deixar o trabalho para as gerações dos nossos filhos e netos. Neste caso, poderá ser tarde demais.
Estudos feitos tomando como referência a Revolução Industrial demonstram que um aumento na temperatura da Terra é o resultado directo de actividade humana, com os Gases de Efeito Estufa (GEE) a terem efeitos cada vez mais nocivos sobre um ambiente cada vez mais fragilizada. Os GEE aquecem o planeta e os resultados são muitos.
Inundações em zonas costeiras, devido ao degelo dos Polos, é um dos resultados mais mediáticos mas há outros mais directos com resultados ainda piores a desenvolverem-se perante os nossos olhos.
A primeira consequência directa de um ligeiro aumento na temperatura reside na área da saúde pública mais casos de morte por intoxicação alimentar, infecções bacteriológicas, melanomas, cataratas, problemas cardíacos e respiratórios, aumento de doenças até hoje ligadas a áreas geográficas restritas malária (paludismo), cólera, dengue, Doença de Lyme e febre amarela, entre muitas.
Temperaturas mais altas significam mais ciclos de cheias e secas e tempestades mais devastadores. As alterações climatéricas causariam danos a colheitas e isso, juntamente com os ciclos de cheias e seca, afectam mais as comunidades que têm menos possibilidades de enfrentar as consequências.
Com a mudança dos habitats, animais selvagens também são afectados. As primeiras vítimas serão algumas espécies vulneráveis que poucos conhecem, mas a lista irá crescer e no topo da lista estará a última vítima, o Ser Humano. O Sapo Dourado da Costa Rica já pertence à lista de espécies extintas e outras, mais conhecidas, estão em risco o urso polar, focas, morsas, pinguins e plâncton. E depois dos plâncton, são as baleias.
As nossas emissões de GEE não só danificam o ambiente, também estamos a fazer acções que multiplicam os problemas. A desflorestação é um exemplo florestas que detinham águas pluviais estão a desaparecer e o resultado é que as águas correm pelas colinas abaixo, tirando o solo, depois bloqueando os rios e causando cheias, destruindo colheitas e causando danos que impossibilitam a realização de futuras plantações.
A questão posta perante a Humanidade hoje é que somos todos irmãos que vivem a volta de um lago comum. Quanto mais cedo aceitarmos essa realidade e implementarmos políticas que criem condições significativas para um ambiente sustentavelmente saudável para todos, melhor. A comunidade científica acredita que ainda estamos com o tempo do nosso lado, mas resta muito pouco.
Seria bom começarmos todos a pressionar as nossas autoridades a tomarem medidas. Já. Não estamos a falar no nosso futuro, mas sim no futuro dos nossos filhos e netos.
Timothy BANCROFT-HINCHEY
PRAVDA.Ru
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