Um estudo a ser publicado na versão online da prestigiada revista de medicina The Lancet avalia que mais 655 mil pessoas morreram no Iraque desde a chegada das tropas invasoras do que teriam morrido se não tivesse ocorrido a invasão. A informação é do Washington Post de hoje. A estimativa é mais de 20 vezes superior aos 30 mil mortos mencionados por George W. Bush num discurso de Dezembro passado e mais de dez vezes superior à do grupo de direitos humanos Body Count.
Das 655 mil mortes "a mais", 601 mil resultaram de violência e o resto de doenças e de outras causas, afirmam os investigadores, epidemiologistas americanos e iraquianos. A responsabilidade do estudo é da Johns Hopkins University's Bloomberg School of Public Health e o financiamento do Centro para Estudos Internacionais do Massachusetts Institute of Technology (MIT). O mesmo grupo de investigadores estimou, em 2004, que houve cem mil mortes durante os primeiros 18 meses da invasão.
Estas duas estimativas são as únicas que usam métodos científicos para chegar aos resultados.
Sarah Leah Whitson, da organização Human Rights Watch, disse em Nova York que espera que as pessoas se surpreendam com estes números. "É preciso tomar consciência de que os dados que vêm habitualmente do Iraque são muito pouco confiáveis."
O estudo mostra que antes da invasão o índice de mortalidade era de 5,5 mortes por mil pessoas; depois da invasão passou a ser 13,3 mortes por mil pessoas por ano.
Na amostra pesquisada pelos epidemiologistas, 56% das mortes por causas violentas foram consequência de tiros, 14% de carros-bomba ou outras explosões. De todas as mortes pós-invasão, 31% foram causadas por ataques terrestres ou aéreos das tropas da coligação invasora.
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