Os Tribunais Islâmicos, que ocupam a capital da Somália e outros pontos do país, convocaram uma "jihad" (guerra santa) contra as tropas etíopes que, segundo testemunhas, entraram no país no dia 20 para proteger o presidente do país.
Somália e Etiópia têm um histórico de guerras e enfrentamentos. Porém, atualmente, o presidente interino da Somália, Abdulahi Yusuf Ahmed, é aliado do país vizinho, a quem solicitou proteção.
"Vamos derrotar os etíopes e todos os inimigos do país", afirmou o líder da União dos Tribunais Islâmicos, Sharif Ahmed, num programa de rádio.
Segundo EFE, na cidade de Baidoa, 245 quilómetros a noroeste de Mogadнscio, sede provisória do Governo, testemunhas informaram nesta quinta-feira que as tropas etíopes chegaram a bordo de cerca de 100 veículos militares.
A invasão foi negada oficialmente tanto pela Etiópia quanto pelo Governo da Somália.
Sharif pediu que os "mórtires" se apresentem para derrotar os etíopes. "Todos que ajudarem a Etiópia a ocupar a Somália morrerão também", ameaçou o dirigente islâmico.
Os Tribunais Islâmicos controlam Mogadiscio e quase todo o sul do país desde o mês passado, e dão sinais de que pretendem instalar um violento regime fundamentalista, ao estilo do implementado no Afeganistão pelo Taleban.
Apesar do desmentido oficial, testemunhas de Baidoa garantem que as tropas da Etiópia estão presentes em seis pontos da cidade e em outras trés posições do sul, assim como na estrada que leva a Mogadíscio.
Na capital, enquanto isso, a população se prepara para um agravamento da crise. Os habitantes já começam a estocar alimentos e remédios.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter