Líderes participam de cúpula do Mercosul em Montevideu - Os presidentes do Mercosul ratificaram nesta terça-feira sua "mais enérgica condenação" ao golpe em Honduras e anunciaram seu "pleno desconhecimento" do novo governo eleito em um pleito ilegítimo em 29 de novembro.
A postura foi definida em um "comunicado especial" emitido durante a cúpula do Mercosul, e foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelos chefes de Estados da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner; do Paraguai, Fernando Lugo; do Uruguai, Tabaré Vázquez, e da Venezuela, Hugo Chávez, como líder de país associado.
A postura foi definida em um "comunicado especial" emitido durante a cúpula do Mercosul, e foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelos chefes de Estados da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner; do Paraguai, Fernando Lugo; do Uruguai, Tabaré Vázquez, e da Venezuela, Hugo Chávez, como líder de país associado.
A declaração dos países-membros do bloco e da Venezuela, lida pelo presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, considera "inaceitáveis as graves violações dos direitos humanos e liberdades fundamentais do povo hondurenho".
"Diante da não restituição do presidente Manuel Zelaya no cargo para o qual foi democraticamente eleito pelo povo hondurenho, (os membros do Mercosul) manifestam o total e pleno desconhecimento do pleito eleitoral realizado em 29 de novembro pelo Governo de fato", acrescenta o documento.
Segundo o texto, esse pleito "ocorreu em um ambiente de inconstitucionalidade, ilegitimidade e ilegalidade, constituindo um duro golpe aos valores democráticos para a América Latina e o Caribe".
Além do "comunicado especial", na Cúpula do Mercosul, realizada hoje em Montevidéu, os líderes dos países-membros do bloco expressaram seu repúdio ao ocorrido em Honduras, em cada um de seus discursos.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, criticou os governos do Peru e da Colômbia por apoiarem a eleição de Porfírio Lobo em Honduras e defendeu uma posição energética do bloco. "Isso nos preocupa. Há países aqui sentados que reconhecem o novo governo", disse.
A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, que assumiu hoje a Presidência pro tempore do Mercosul, afirmou na cúpula semestral do bloco que a Organização dos Estados Americanos (OEA) "deveria tomar medidas econômicas" contra o novo governo de Honduras.
"Além da declaração clara e contundente feita hoje pelos presidentes do Mercosul, certamente haverá medidas econômicas e acho que a OEA também deveria tomá-las", afirmou Cristina, na entrevista coletiva com a qual encerrou a cúpula do Mercosul realizada em Montevidéu.
Colômbia
Na contramão das declarações dadas por seus vizinhos, o vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, afirmou que não se pode condenar Honduras ao isolamento. "Não podemos condenar um povo à solidão eterna por um problema institucional em determinado momento", disse, ao discursar no plenário da Cúpula do Mercosul em Montevidéu.
Santos afirmou que o referendo convocado pelo deposto presidente hondurenho, Manuel Zelaya, "foi negado" pela Corte Suprema e pelo Congresso de Honduras. Ele também reiterou que seu país quer "superar suas diferenças" com a Venezuela, "com base no respeito mútuo".
Afirmou que o acordo selado com os Estados Unidos para que as Forças Armadas dessa nação utilizem sete bases militares colombianas "jamais será utilizado para algum tipo de intervenção contra um país da região". O acordo gerou preocupação e crítica da grande maioria dos países da reghião, que considerama ampliação da presença militar norte-americana na América Latina uma ameaça à soberania.
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