Xiitas, sunitas e curdos unidos numa equipe iraquiana conquistaram ontem para o Iraque , pela primeira vez a Copa da Ásia, ao derrotar a formação da Arábia Saudita na final em Jacarta (Indonésia), por 1-0. O gol decisivo marcou aos 72 minutos o capitão Younis Mahmoud Khalef.
O técnico brasileiro dos iraquianos Jorvan Vieira disse que sempre soube que havia algo de especial na seleção iraquiana que foi solicitado a treinar quando a encontrou pela primeira vez em um campo na Jordânia. "Todos conhecemos os problemas do Iraque, mas descobri que são um povo fantástico. Possuem um força extraordinária", disse ele em uma coletiva de imprensa após a vitória de 1 x 0 sobre a Arábia Saudita na final deste domingo. Foi muito difícil, mas estou muito orgulhoso desses garotos."
Vieira, que confirmou não desejar uma renovação de seu contrato de dois meses depois da final, sabia que todos seus jogadores foram afetados pela guerra, o que também lhe aconteceu depois de algum tempo.
"O fisioterapeuta do time, que era um bom homem, foi morto na explosão de uma bomba no mês passado. Deixou para trás uma esposa e quatro filhos", disse ele.
Toda a equipe vestiu braçadeiras pretas durante a final em memória das 50 pessoas mortas pelos homens-bomba depois da vitória na semifinal de quarta-feira contra a Coréia do Sul.
O capitão iraquiano Younis Mahmoud, eleito melhor jogador do torneio depois de marcar o gol da vitória na final, disse que o time ficou determinado a vencer depois de assistir a uma reportagem de TV no Iraque com a mãe de uma das vítimas.
"Ali estava essa mãe, que viu seu filho pequeno ser morto por uma bomba depois da partida, e ela dizia que ele havia sido sacrificado para que vencêssemos a partida", disse Mahmoud.
"Sabíamos que tínhamos de vencer por ela e por muitas outras pessoas."
Com Reuters
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