Rafael Nadal, que completou 21 anos no último dia 3, conquistou este domingo o troféu de Roland Garros, vencendo o número um do mundo Roger Federer por 6-3, 4-6, 6-3 e 6-4,e chegando ao tricampeonato em Paris. Nadal tornou-se assim o primeiro a conquistar três títulos seguidos em Roland Garros desde Bjorn Borg. O sueco foi além, levantando o troféu em Paris quatro vezes seguidas, de 1978 a 1981, somando, no total, seis títulos no torneio parisiense (os outros foram em 1974 a 1975).
O tenista de Mallorca iguala também o número de títulos do brasileiro Gustavo Kuerten, que recebeu uma homenagem da organização do torneio em Paris no aniversário de dez anos de sua primeira conquista e participa da cerimônia de premiação. A diferença é que Guga não foi campeão em anos seguidos, levantando o troféu em 1997, 2000 e 2001.
Além do valioso troféu, Nadal ganha ainda um prêmio de 1 milhão de euros (cerca de R$ 2,6 milhões). Aos 21 anos, o espanhol completa 21 partidas sem perder em Paris e confirma sua condição de "rei do saibro". Nos outros três Grand Slams do circuito, no entanto, o mais perto que ele chegou de um título foi na final de Wimbledon, no ano passado, quando perdeu para Federer. Nos Abertos da Austrália e dos Estados Unidos, chegou às quartas-de-final. Sua nova conquista em Roland Garros, contudo, mantém a lacuna na estante do número um do mundo, dono de dez títulos de Grand Slams, mas que nunca venceu em Paris.
Um dos poucos a ter vantagem no retrospecto com o suíço, Nadal soma oito vitórias em 12 jogos com Federer. No saibro, perdeu uma única vez, no Masters Series de Hamburgo, no mês passado. Depois de quebrar o tabu contra o espanhol no piso lento, o número um do mundo disse ter conseguido um grande incentivo para Roland Garros. Ficou na vontade. Em 56 jogos de Grand Slam, Federer tem apenas duas derrotas, exatamente para Nadal.
Contudo, se o espanhol quiser encontrar um motivo para se lamentar, mesmo depois do jogo beirando a perfeição que apresentou neste domingo, pode dizer que não conseguiu igualar os feitos de Bjorn Borg em 1978 e 1980, quando o sueco venceu em Paris sem perder sets. Nadal estava invicto até a final, mas perdeu a segunda parcial. Por sua vez, Federer poderá dizer que conseguiu levantar o troféu no Aberto da Austrália este ano sem perder nenhum set.
O jogo
Federer disse antes da final que estava mais tranqüilo e experiente já que não era mais um estreante na final de Paris. Também afirmou já ter experimentado várias jogadas no saibro desde o ano passado e sabia o que dava certo. Mas, na prática, seu discurso falhou.
No primeiro set, o suíço teve nada menos que dez chances para quebrar o saque do espanhol e desperdiçou todas. Nadal, ao contrário, não perdoou as falhas do rival e aproveitou as duas chances que teve, abrindo primeiro 4-3 e depois fechando por 6-3. Em aproveitamento do primeiro serviço, o tenista de Mallorca também foi muito superior, com 77% contra 38%. Federer cometeu o dobro de erros não-forçados (18 a 9).
Se as estatísticas estavam contra o suíço, ao menos uma delas já apontava uma carta que ele tinha na manga para tentar parar o forte rival.
No primeiro set, Federer foi bem-sucedido em suas quatro subidas à rede, jogada que ele voltou a explorar na segunda parcial, com êxito. Depois de salvar um break no quarto game, para confirmar seu serviço, ele abusou das subidas à rede no sétimo game e conseguiu sua primeira quebra, fazendo 4-3. Na seqüência, sofreu para manter a vantagem confirmando seu saque. Chegou a ter 0-30, mas sobreviveu. O nono game foi um rally de acabar com os nervos da torcida. Nadal teve seu serviço ameaçado várias vezes, mas conseguiu sobreviver. Contudo, faltou fôlego para tentar uma quebra na seqüência, deixando Federer fechar e deixar tudo igual no placar.
O espanhol recuperou as forças no intervalo e voltou para a terceira parcial sem querer saber de brincadeira. Logo de cara, conseguiu uma quebra e abriu 3-0. Federer ainda tentava subir à rede, mas agora, sem sucesso. O suíço confirmou seu serviço no quarto game e, na seqüência, chegou a ter chance de quebra, sem confirmar. No oitavo game, Nadal teve um break e set point, mas o líder do ranking mundial mostrou uma vontade súbita de adiar o fim e, com um ace, fechou a seu favor. Sem preocupações para o espanhol, que só precisou confirmar em seguida para fazer 6-3. Cada tenista conseguiu nove winners na parcial. Nadal cometeu três erros não forçados e Federer, 11.
Quarto set. O duelo começa com um longo rally e muito equilíbrio entre os finalistas. Até o terceiro game, quando o espanhol conseguiu quebrar o serviço do rival e, na seqüência, confirmou sua vantagem abrindo 3-1. Depois disso, foi só confirmar os serviços, para confirmar o título.
O duelo terminou com 60 erros não-forçados de Federer contra 28 de Nadal, que aproveitou quatro de dez chances de quebra. O suíço só converteu uma, em 17. Nadal também aproveitou melhor o primeiro set (77% contra 64%). No entanto, ficou atrás em número de aces (dois contra nove) e winners (13 contra 18).
Fonte Vol Esporte
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