"Tomem Lula como exemplo", diz Esquivel na ONU em Roma
Jornal GGN - Durante a nomeação do prêmio nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel como o novo membro da Aliança pela Segurança Alimentária e Paz da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o argentino fez questão de fazer um reconhecimento ao ex-presidente Lula, a quem destacou os esforços para tirar 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza: "Tomem ele [Lula] como exemplo, porque é um exemplo de vida, de solidariedade. De um governo que pos como eixo fundamental a superação da fome", disse.
"Sempre sigo muito o que faz a FAO em diversas partes do mundo e é muito importante este aporte à alimentação, à uma vida digna. (...) E há um eixo fundamental que agora vou a assinalar: eu tenho um amigo de muitos anos, chamado Lula. Que foi o presidente do Brasil. E que hoje é um preso político", afirmou à imprensa e a todos que participavam da reunião.
"E é um preso político, porque tirou da fome, da miséria extrema a 36 milhões de brasileiros e brasileiras", continuou Esquivel.
Durante o evento que comemorou o novo membro para a aliança criada pela ONU em 2016, que tem o objetivo de promover a segurança alimentar e a paz no mundo, o ativista reconhecido pela sua defesa aos direitos humanos na Argentina e na América Latina, afirmou que "a fome é um crime, que devemos ultrapassar".
"A humanidade está em condições de superá-la [a fome], mas não o faz por interesses políticos e econômicos", afirmou, na abertura do evento realizado em Roma, nesta quarta-feira (06). "A paz não é a ausência de conflito, é uma dinâmica permanente de relações entre pessoas e povos", disse.
Esquivel foi reconhecido Prêmio Nobel da Paz em 1980 pela sua dura crítica a ditadura civil-militar na Argentina, e é o sétimo nobel a integrar a Aliança criada pela FAO, no sentido de criar consciência sobre a estreita relação entra a violência, a insegurança alimentar e reivindicar governos para a solução de conflitos na erradicação da fome.
Ao falar sobre Lula como exemplo para a FAO e para os países que precisam combater a fome, Adolfo Pérez disse que o legado do hoje preso político deve ser reconhecido.
"E ele é uma esperança de vida, tomem esse exemplo. Tomem ele como exemplo, porque é um exemplo de vida, de solidariedade. De um governo que pos como eixo fundamental a superação da fome. Acredito que isso seja um sinal de esperança muito forte para a humanidade", afirmou o argentino.
Um dia antes, em entrevista à Agência "Prensa Latina", afirmou que lamenta a existência de "governantes que se sujeitam aos Estados Unidos": "poderíamos falar da Colômbia, do Chile, Paraguai, Argentina e Brasil, com um governo de fato [sujeito aos EUA] como o de Temer", afirmou.
"Lula [como presidente] tirou da pibreza a mais de 36 milhões de homens e mulheres e a política neoliberal do governo de Temer aumentou em um ou dois anos a mais de 1 milhão a cifra de pobres no país", criticou.
Contou à Agência sobre a prisão injustificada de Luiz Inácio Lula da Silva e sobre terem o impedido de visitá-lo e de conversar com ele na cadeia. Em seguida, consolou: "o povo brasileiro, com o apoio dos demais povos, vai sair adiante".
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Foto: FAO/Alessandra Benedetti
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