A convite do MPLA, o PCP está presente no VII Congresso deste Partido, sendo representado por Rui Fernandes, membro da Comissão Política. PCP foi convidado a intervir perante os delegados do Congresso.
Na sua intervenção o PCP sublinhou «que a actual situação internacional, marcada pelo aprofundamento da crise estrutural do capitalismo e pela ofensiva agressiva do imperialismo, coloca grandes desafios e exigências aos povos e aos Estados que afirmem a sua soberania e direito ao seu desenvolvimento», sendo «motivo de grande preocupação a escalada de operações de ingerência, desestabilização e agressão promovidas pelos Estados Unidos, a NATO e a União Europeia contra Estados soberanos, como no Médio Oriente, em África e na Ásia Central, com o objectivo de impor relações de domínio político e económico, de domínio neocolonial». Neste sentido, o PCP sublinhou a importância da luta pela paz, pela soberania e independência nacionais, pelo progresso social e a cooperação, assim como a exigência do «fortalecimento e alargamento de uma ampla frente anti-imperialista que inverta o actual curso das relações internacionais e torne possível uma nova ordem internacional livre de relações de exploração e opressão nacional, mais pacifica, mais equitativa e mais justa».
O PCP expressou ainda o seu interesse em «acompanhar os importantes desafios que se colocam a Angola e ao seu povo» e em «aprofundar o seu conhecimento sobre as linhas orientadoras, prioridades e projectos com vista à continuação da reconstrução e do desenvolvimento económico e social de Angola, assim como das medidas e iniciativas em que o MPLA está empenhado para responder a necessidades do povo angolano, nomeadamente as colocadas pela difícil situação decorrente da baixa do preço do petróleo», «no ultrapassar de problemas e dificuldades, assim como em salvaguardar a paz tão duramente conquistada em 2002».
O PCP recordou ainda a sua solidariedade com o povo angolano «na sua longa luta pelo fim do colonialismo português, pelo fim da agressão do regime do apartheid da África do Sul, pelo fim da ingerência do imperialismo e da acção criminosa da UNITA, pela conquista da paz, pela reconstrução do seu país». Reafirmando os princípios que sempre caracterizaram o seu posicionamento, o PCP reafirmou a sua «solidariedade com o povo angolano e o MPLA na defesa da soberania, da integridade territorial, da unidade e da independência de Angola, da paz, dos direitos e do progresso social do povo angolano, rejeitando operações de desestabilização contra Angola e o seu povo, considerando que cabe ao povo angolano decidir soberanamente do seu presente e futuro, liberto de quaisquer ingerências externas».
Relativamente à sua intervenção em Portugal, o PCP apontou «a sua luta em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e povo português, da soberania e independência nacional, por uma efectiva ruptura com a política de direita e por uma alternativa patriótica e de esquerda, que abra caminho a uma democracia avançada que afirme os Valores da Revolução de Abril no futuro de Portugal e aponte como perspectiva o socialismo».
Por fim e sublinhando os percursos diferenciados e as realidades distintas em que os dois partidos intervêm, o PCP formulou o seu desejo de que o VII Congresso do MPLA «represente um contributo para a construção de um futuro melhor e a concretização das aspirações do povo angolano» e de «prosseguir e desenvolver as relações históricas que unem os nossos dois partidos e de contribuir para o estreitamento dos laços de amizade e cooperação entre Portugal e Angola e entre o povo português e povo angolano».
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