Mais de 230 pessoas morreram num incêndio que destruiu uma boate em Santa Maria, no sul do Brasil. Era o último fim de semana das férias de fim de ano. Santa Maria, no Rio Grande do Sul, é conhecida como cidade universitária por receber centenas de jovens de várias partes do Brasil que procuram universidades da região.
Rafael Pieroni
Rio de Janeiro, Brasil
A festa aconteceu na boate Kiss, popular entre os jovens da região. De acordo com autoridades locais, cerca de 2 mil pessoas estavam no local, ultrapassando a capacidade de 1 mil pessoas. Alguns sobreviventes contaram aos jornalistas que um dos músicos da banda que se apresentava na boate acendeu um sinalizador. Faíscas atingiram o teto com revestimento acústico que, imediatamente, pegou fogo. Além das chamas, uma densa camada de fumaça tóxica se espalhou pelo ambiente. Embora testemunhas afirmem que estas foram as causas da tragédia, autoridades anunciaram que só se pronunciarão após detalhada investigação.
Algum sobreviventes ainda disseram que, no tumulto, seguranças da boate não autorizaram que as pessoas deixassem a boate. Algumas testemunhas dizem que funcionários da boate não perceberam o incêndio e bloquearam as portas para evitar que as pessoas deixassem o lugar sem pagar a conta, contou um estudante.
Durante todo o domingo, centenas de brasileiros se concentraram em frente de hospitais da região e do ginásio municipal, que foi usado pelas autoridades para levar os corpos e fazer a identificação. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, se encontrou com alguns familiares e amigos de vítima do incêndio na tarde deste domingo. A presidente, que estava no Chile participando de um encontro regional, decidiu voltar imediatamente para o Brasil. Com a voz embargada, ela falou com os jornalistas ainda na capital chilena.
"A população brasileira é quem precisa de mim hoje. Eu quero dizer para o povo de Santa Maria que, neste momento de tristeza, estamos todos juntos".
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