Portugal: Um desconhecido vai ser Primeiro Ministro?

Portugal: Um desconhecido vai ser Primeiro Ministro?. 15113.jpegArtigo de opinião: Toda a gente em Portugal está preocupadíssima com o futuro do país. A uma semana da eleição legislativa no próximo Domingo, cabe aos portugueses reflectir, e bem - porque nunca antes dependia tanto de um acto eleitoral. O povo português tem uma hipótese só de acertar, porque se não for agora, nunca mais.

 

 A escolha no dia 5 de Junho é claríssima: votar para mais do mesmo ou votar para uma mudança de rumo. Para tal, é preciso coragem, muita coragem, compreensão do actual estado do país e apostar no partido certo para gerir Portugal, levando o país e os portugueses numa viagem singular, conquistando o futuro para as gerações que seguem.

 

A uma semana das eleições, os portugueses não sabem em quem votar. Estão encurralados entre duas portas, uma rotulada com as letras PSD, e a outra, PS e segundo as sondagens, teimam em bater a cabeça nas mesmas duas paredes, esperando que por magia a muralha há de cair, revelando o paraíso, onde estava escondido esses séculos todos o Dom Sebastião, salvação nacional.

 

Só que, com esses dois partidos no Governo, nem a Nossa Senhora de Fátima salva Portugal. Quem quer escolher entre um bando de oportunistas e uma cambada de incompetentes? Uma escolha PSD ou PS significa a continuação da sua história desde 1974; é evidente que não fazem parte de qualquer solução, sendo eles a causa do mal, de tudo de que Portugal padece.

 

Quem estava no Governo na altura da preparação de Portugal pelo desafio europeu? Quem estava no Governo na altura de bilhões de escudos jorrarem pelas fronteiras dentro? Quem investiu esses bilhões, e muito mal? Quem não teve a visão suficiente para preparar Portugal, um país médio em termos de dimensões numa escala europeia, a ser competitivo?

 

Todos sabem quem são os dois partidos, todos sabem que a maquinaria partidária nos dois lados tem andado há trinta e sete anos a aproveitar de ondas laranjas e cor-de-rosa, brincando à política e em vez de governar com responsabilidade, colocando amigos e familiares incompetentes em posições que exigiam competência. Isso não significa que os dois partidos são incapazes de produzir alguns bons elementos mas de modo geral, pergunta-se, a governação tem sido adequado? Ou péssimo?

 

Como se explica que Portugal está pela terceira vez de boné na mão rastejando-se aos pés de países como Eslovénia e Estónia, pedindo esmola? É uma vergonha! E diga-se de passagem, é justo que os estonianos e eslovenos metam as mãos nos bolsos porque a União Europeia os obriga a ajudar os portugueses? Eles não precisam do dinheiro também?

 

Uma escolha pelo PSD ou PS é um aval dado ao pacote de austeridade que paira aí na esquina. Será que os portugueses sabem o que isso significa? Vamos ver, em termos concretos, o resultado de cada voto depositado no PS ou PSD...

 

Aumento do IRS (como se os portugueses não pagassem já mais que o suficiente); pensões de reforma congeladas ou diminuídas; redução no financiamento do Sistema Nacional de Saúde; consultas mais caras; comboios mais caros; despejos de casas compradas ou arrendadas mais fáceis e mais rápidos; menos subsídio de desemprego; luz mais cara; gás mais caro; aumento de impostos vários; subsídios penalizados nos impostos; medidas draconianas para os funcionários públicos; será mais fácil despedir um trabalhador e ter casa própria custará muito mais, se é que os bancos emprestam o dinheiro. Significa que os filhos vão ter de viver com os pais eternamente.

 

Dado o passado do PSD e PS, e visto a bagagem que vem com qualquer um destes partidos no futuro, desafia qualquer grão de lógica que alguém vote neles.

 

A alternativa? Aí está. Neste momento, há um partido que é coerente, que exista há décadas, que mostra trabalho feito quando é eleito, que mais trabalha no Parlamento nacional e europeu, que é sério e respeitado até por todos os adversários políticos, que tem quadros preparadíssimos para o desafio, e que promete autonomia - FMI fora! - que promete restabelecer a agricultura portuguesa, as pescas, a indústria, criando empregos em vez de estar ausente quando o drama de desemprego atinge cada vez mais famílias portuguesas, aumentando os salários, colocando mais dinheiro na praça e assim melhorando a economia.

 

E esse partido se chama o Partido Comunista Português, que em coligação com Os Verdes, forma a Coligação Democrática Unitária. Representa um futuro com responsabilidade, representa uma aposta corajosa e representa um Portugal governado para os portugueses - não só os presentes, mas preparando o país para o futuro. Vamos ser honestos...votar nos mesmos que criaram a crise, é opção?

 

Para aqueles que pensam que a CDU vai retirar casas aos proprietários e roubar propriedade particular, devem ter vergonha de se deixar levar pela propaganda de aqueles que só sabem dizer mal e espalhar boatos absurdos e caluniosos. A CDU tem demonstrado que tem grande competência na gestão municipal. Está preparado para governar a nível nacional. Cabe agora aos portugueses dar-lhe o seu voto para ver o que consegue fazer durante os próximos quatro anos.

 

Para aqueles que têm dúvidas, experimentem. Pode ser que se surpreendam.

 

Timothy Bancroft-Hinchey*

Pravda.Ru

 

* Residente em Portugal desde 1980. Director e Chefe de Redacção versão portuguesa da Pravda.Ru; editor versão inglesa; editor Moscowtopnews.com; editor Russiansentry.com.

 

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