O Bloco de Esquerda e a Coligação Democrática Unitária juntos ganharam mais que 20 por cento do voto em Portugal nas eleições para o Parlamento Europeu no Domingo. A abstenção, votos brancos e nulos registaram 69,48%.
O Bloco de Esquerda teve um resultado tremendamente positivo nas eleições de Domingo, ganhando 3 deputados, aumentando seu voto de 167.000 em 2004 para quase 382.000 e da taxa de votação de 4,92% para 10,73%, ficando agora a terceira força política atrás do PSD (31,68%) e PS, no governo (26,58%). A brilhante campanha de Miguel Portas, Euro-Deputado, que será agora acompanhado por Marisa Matias e Rui Tavares em Bruxelas, concentrando em assuntos sociais e justiça na gestão económica, teve um resultado mais do que o esperado.
Por sua vez, a CDU (Partido Comunista Português e Partido Ecológico Os Verdes) aumentou sua taxa de votação de 9,09% para 10,66% e os eleitores de quase 309.000 para acima de 379.000, portanto um aumento de 70.000 eleitores novos, confirmando sua base nas regiões a sul do Rio Tejo e aumentando a taxa de votação e de eleitores em todos as regiões eleitorais. Um excelente resultado dando credibilidade à liderança do Jerónimo de Sousa. Ilda Figueiredo e João Ferreira representam a CDU em Bruxelas.
Mais uma vez, a abstenção foi altíssima (62,95%) e os votos brancos e nulos representaram mais 6,53%.
As eleições soletram uma mensagem péssima para o Governo Socialista de José Sócrates, que dificilmente ganhará a maioria absoluta que peda à nação nas eleições legislativas ainda este ano, embora o resultado das eleições europeias nunca deve ser analisada como um sufrágio nacional.
Em primeiro lugar, o resultado desta eleição é fruto de quatro anos de incapacidade da parte do Partido Socialista em compreender os problemas dos portugueses, tendência demonstrada aliás por todas as formações no governo desde 1974 (Partido Socialista, PSD e CDP-PP). Juntos, estes três partidos falharam em defender os interesses do povo português, e colectivamente ao longo de três décadas e meio conseguiram cada vez piores indicadores sociais, de qualidade de vida e de poder de compra, relegando Portugal à cauda da Europa em todos os termos de desenvolvimento social e económico.
Esta vergonha tem seu reflexo na excelente votação à esquerda do PS no entanto, cabe a estas formações a responsabilidade de conseguir passar a sua mensagem à população numa eleição legislativa, criando laços de esperança e fundamentalmente de confiança na sua capacidade. Quem tem bom produto e não o consegue vender
Timothy BANCROFT-HINCHEY
PRAVDA.Ru
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