Hoje em assembléia os estudantes da UnB (Universidade de Brasília) resolveram manter a ocupação da reitoria da instituição, iniciada no último dia 03. Agora, os estudantes reivindicam paridade de voto na eleição para escolha do reitor da universidade, escreve a Folha Online.
"É necessário aguardar o que for negociado na reunião com o reitor [marcada para hoje]. Depois vamos analisar e ver o que vamos fazer", disse Danilo Silvestre, aluno do curso de Ciência Política e um dos coordenadores do movimento.
Segundo ele, os estudantes da UnB realizam novam assembléia amanhã, às 12h, para decidir se vão suspender a ocupação da reitoria. Hoje, uma comissão de alunos se reúne com o novo reitor da UnB, Roberto Aguiar, anunciado ontem pelo Ministério da Educação.
Quando a ocupação começou, os estudantes reivindicavam a saída do então reitor Timothy Mulholland, suspeito de envolvimento com suposto desvio de recursos da Finatec para decoração de seu apartamento funcional. Mulholland e o ex-vice-reitor Edgar Mamiya renunciaram ao cargo no final de semana. Roberto Aguiar ocupa desde hoje o cargo de reitor temporário da UnB pelo prazo de 90 dias prorrogáveis por mais 90.
Com a nomeação de Roberto Aguiar, o ministro Fernando Haddad (Educação) sugeriu nesta terça-feira que os estudantes desocupem o prédio da reitoria onde estão desde o último dia 3.
Segundo Haddad, os alunos tinham uma reivindicação "legítima" que era a saída do ex-reitor Timothy Mulholland e sua equipe que foi atendida.
Para o ministro, a nomeação de Roberto Aguiar trará o equilíbrio à UnB e permitirá que no máximo em seis meses serão realizadas as eleições para escolha do novo comando da universidade. Haddad disse ainda que o ministério manterá sua decisão de não interferir na instituição.
*Eleições paritárias"
Atualmente, o voto dos estudantes tem peso de 15%. O voto dos professores tem peso de 70% e os, dos servidores, de 15%. A saída dos membros da direção da reitoria da UnB era uma das principais reivindicações do DCE (Diretório Central dos Estudantes).
Reportagem de ontem da Folha informa que a paridade pode esbarrar em um obstáculo legal. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) estabelece que 'os docentes ocuparão 70% dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações (...) da escolha de dirigentes'.
Segundo o ministro Fernando Haddad (Educação), as universidades podem fazer consultas informais paritárias antes do pleito oficial, e os 70% dos professores previstos por lei acatem o nome sugerido.
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