Comandante da PM e Ministério Público visitam Providência

Após mobilização da comunidade,

Equipe da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência testemunha abuso em ida nesta segunda-feira (22/10) na comunidade. Comandante da Polícia Militar e Ministério Público visitam comunidade na quarta-feira (24) e quinta-feira (25), respectivamente. Moradores pedem presença da imprensa para dar mais transparência nas denúncias. Da Comissão de Comunicação da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência.


Na última quarta-feira (17/10), conforme já divulgamos anteriormente, moradores da comunidade da Providência e militantes da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência realizaram uma manifestação na Secretaria de Segurança, protestanto contra inúmeros casos de execução e outros abusos cometidos pelo Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (Gpae) da área, principalmente desde que assumiu o comando o capitão Zuma.


Este oficial PM atuava anteriormente no Gpae da região da Tijuca (Salgueiro, Formiga etc) e também foi alvo de uma campanha de denúncias das comunidades de lá, até que foi afastado. Ele instruiu seus homens a agir com brutalidade e freqüentemente ameaça diretamente moradores, afirmando que chamará determinados policiais, conhecidos como assassinos, de batalhões tão distantes como o 6º ou o 22º.


Inicialmente, os manifestantes foram recebidos por policiais e por um funcionário da Secretaria que disse que não seriam recebidos. Um policial, que depois foi identificado como o próprio comandante do 5º Batalhão (Harmonia), ameaçou diretamente moradores e uma integrante da Rede, Patrícia, que imediatamente foram registrar queixa na 4ª DP e depois no Ministério Público, onde foram recebidos pelo subprocurador-geral de direitos humanos do Ministério Público Estadual, Leonardo Chaves.


Quando se encontravam no MP, receberam um telefonema da Secretaria de Segurança dizendo que seriam recebidos, e de fato o foram pelo próprio secretário Beltrame, o comandante geral da PM Ubiratan Ângelo e o comandante geral do Gpae coronel Castro.


Várias denúncias foram feitas e ficou acertado que Ubiratan e Castro irão nesta terça feira (23/10), às 10h, à comunidade ouvir as denúncias e os moradores. Anteriormente, já havia sido acertada também a ida do Dr. Leonardo Chaves na quinta (25/10) às 16h. O encontro com a PM será na própria unidade do Gpae na favela, na Rua Ibruíno Uruguai (acesso pela rua Arrego Barros), e o com o MP na quadra coberta da comunidade, no alto do morro (acesso pela Ladeira do Barroso).


Hoje mesmo (22/10), uma equipe da Rede estava acompanhando jornalistas da BBC gravando matéria na favela, quando foram testemunhas de um caso de abuso de cerca de 10 policiais que entraram na favela e desde de manhã estavam ameaçando e entrando em várias casas na Ladeira do Barroso. Segundo moradores, ameaçaram fazer na Providência “o mesmo que aconteceu na Coréia semana passada”, ofenderam e algemaram um senhor de idade (que nos mostrou as marcas no seu pulso), e estavam há várias horas na casa 157 da ladeira, quando chegamos.


Ficaram visivelmente nervosos e incomodados com nossa presença e rapidamente colocaram quatro rapazes muito assustados na viatura, dizendo que iam levá-los à 4ª DP. Não quiseram nos dar mais informações alegando que era “uma operação sigilosa” (no meio dos PMs havia uma pessoa com farda da polícia, porém sem arma, e com uma touca ninja) e saíram apressados. A mãe de um dos rapazes, que estava na casa, disse que eles estavam sendo espancados. Ligamos para a 4ª DP e solicitamos ao delegado que procedesse a exame de corpo de delito dos presos.


A Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência solicita que a imprensa esteja presente em ambos os encontros, pois isso dá mais segurança aos moradores para fazerem as denúncias abertamente. Mais informações com Márcia, pelo telefone (21) 9773-5885.

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey