Brasil: Emprego industrial em expansão

Emprego industrial mantém expansão com taxa de 0,3% em maio

A indústria contrata mais há cinco meses consecutivos, com avanço de 0,3% frente a abril/07, na série ajustada sazonalmente, acumulando 2,0% no período. Nas demais comparações, os resultados também são positivos: 2,0% frente a maio de 2006, 1,5% no acumulado no ano e 0,8% no acumulado dos últimos doze meses.

Em maio, o emprego industrial mostra variação positiva de 0,3% frente a abril, na série livre de influências sazonais. Em linha com a tendência de crescimento que se vem observando na produção industrial, esse indicador permanece positivo há cinco meses consecutivos, período em que acumula 2,0% de expansão. Com isso, o índice de média móvel trimestral também aponta acréscimo (0,4%) e apresenta trajetória ascendente desde fevereiro último, acumulando ganho de 1,3% no período.

Nos confrontos com 2006, os resultados também são positivos: 2,0% em relação a maio e 1,5% no indicador acumulado nos cinco primeiros meses do ano. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, com taxa de 0,8%, mantém trajetória ascendente desde outubro.

No acréscimo de 2,0% frente a maio de 2006, maior incremento desde maio de 2005, houve aumento do emprego industrial em todos os locais pesquisados (quatorze). Os principais destaques, em termos de participação no total do país, foram: São Paulo (2,3%), Região Norte e Centro-Oeste (3,1%) e Região Nordeste (2,1%). No primeiro local, que responde por quase 40,0% do contingente de trabalhadores da indústria, treze dos dezoito setores acompanhados apresentaram resultados positivos, sobressaindo os impactos de máquinas e equipamentos (8,5%), outros produtos da indústria de transformação (9,5%) e meios de transporte (3,2%). Nos outros dois locais citados, as influências mais relevantes vieram de alimentos e bebidas (10,0%) e madeira (4,6%), na Região Norte e Centro-Oeste, e de refino de petróleo e produção de álcool (35,3%) e alimentos e bebidas (2,5%), na Região Nordeste. Também vale destacar a primeira variação positiva no emprego do Rio Grande do Sul (0,2%) desde setembro de 2004.

Ainda na análise do índice mensal, entre os treze setores que pressionaram positivamente a média global, destacaram-se as contribuições de alimentos e bebidas (4,0%), máquinas e equipamentos (6,8%) e meios de transporte (5,5%). Por outro lado, os impactos negativos mais importantes vieram de vestuário (-4,2%), calçados e artigos de couro (-4,3%) e madeira (-4,5%).

No indicador acumulado janeiro-maio, observa-se aumento de 1,5% no pessoal ocupado em relação a igual período do ano passado, com doze locais e doze ramos contribuindo positivamente. Entre os locais, as principais contribuições foram assinaladas por São Paulo (2,1%), Região Nordeste (2,4%) e Região Norte e Centro-Oeste (2,6%), enquanto, em sentido contrário, as pressões negativas vieram do Rio Grande do Sul (-2,2%) e de Minas Gerais (-0,3%). Em termos setoriais, alimentos e bebidas (5,5%), produtos de metal (5,1%) e meios de transporte (4,3%) se destacaram com os principais impactos positivos, enquanto calçados e artigos de couro (-6,8%) e vestuário (-5,2%) responderam pelas maiores contribuições negativas.

Em síntese, o quadro positivo da atividade fabril nos primeiros cinco meses do ano também é observado nos índices de emprego que, tanto nas comparações contra iguais períodos do ano anterior quanto na evolução dentro do próprio ano de 2007, sustentam resultados positivos. O índice mensal cresce desde julho de 2006 e registra sua maior taxa dos últimos vinte e quatro meses; nas comparações livres de influências sazonais, o emprego aponta índices positivos desde janeiro último.

NÚMERO DE HORAS PAGAS

O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, em maio, varia 0,2% em relação a abril, na série livre de efeitos sazonais, segundo resultado positivo consecutivo, acumulando 1,2% de aumento entre maio e março deste ano. No indicador de média móvel trimestral, a variação é de 0,1% entre os trimestres encerrados em maio e abril, quinto resultado positivo consecutivo, acumulando, desde janeiro, incremento de 1,2%.

No confronto com igual período do ano anterior, os resultados prosseguem positivos: o indicador mensal registra acréscimo de 1,9% e o acumulado no ano cresce 1,2%. O indicador acumulado nos últimos doze meses alcança 0,9% em maio e mantém a trajetória de crescimento dos últimos meses.

Na comparação maio 07/ maio 06, o número de horas pagas aumenta 1,9%, em decorrência das contribuições positivas dos quatorze locais e de doze dos dezoito ramos pesquisados. Em termos setoriais, os maiores avanços vieram de alimentos e bebidas (5,2%), máquinas e equipamentos (6,5%) e meios de transporte (5,4%). No sentido contrário, vestuário (-4,9%) e calçados e artigos de couro (-5,7%) exerceram as principais pressões negativas.

Ainda no indicador mensal, os locais que assinalaram os impactos positivos mais importantes no total do país foram: São Paulo (2,1%), Paraná (3,2%) e Região Nordeste (2,1%). Em São Paulo, onze das dezoito atividades pesquisadas aumentaram o número de horas pagas, com destaque para outros produtos da indústria de transformação (14,8%), máquinas e equipamentos (6,6%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (7,2%). Na indústria paranaense, as principais pressões positivas vieram de meios de transporte (28,8%) e de alimentos e bebidas (8,0%); e na Região Nordeste, a influência mais expressiva veio de refino de petróleo e produção de álcool (40,2%).

O indicador acumulado janeiro-maio registra acréscimo de 1,2%, com doze locais e também doze setores apontando expansão. Os principais impactos positivos, entre os locais, vieram de São Paulo (1,5%), Região Nordeste (2,4%) e Paraná (2,6%). Por outro lado, Rio Grande do Sul (-2,1%) e Minas Gerais (-1,0%) assinalaram as únicas pressões negativas. No corte setorial, as influências positivas mais significativas vieram de alimentos e bebidas (6,3%), meios de transporte (4,0%) e produtos de metal (3,8%). Em sentido contrário, calçados e artigos de couro (-8,3%) e vestuário (-6,7%) exerceram as principais contribuições negativas.

FOLHA DE PAGAMENTO REAL

Em maio, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria ajustado sazonalmente recua 0,7% em relação ao mês imediatamente anterior, após crescer 1,4% em abril. Com esse resultado, o indicador de média móvel trimestral apresenta queda de 1,0% entre os trimestres encerrados em abril e maio, a primeira taxa negativa neste ano, após crescer por quatro meses seguidos, acumulando 6,6% de acréscimo no período.

No confronto com igual período do ano anterior, os resultados continuam positivos: 4,3% no indicador mensal e 4,6% no acumulado no ano. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, registra incremento de 3,0% em maio e prossegue em trajetória ascendente desde dezembro de 2006.

O valor da folha de pagamento real cresce 4,3% em comparação a maio do ano passado, com taxas positivas em todos os locais pesquisados. A principal contribuição veio de São Paulo (2,1%), devido, sobretudo, ao aumento salarial em meios de transporte (2,8%), produtos químicos (5,8%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,1%). Em seguida, vale citar o resultado positivo da Região Norte e Centro-Oeste (11,7%), impulsionado, principalmente, pelos setores de alimentos e bebidas (17,0%), meios de transporte (41,8%), devido ao pagamento de participação nos lucros em importante empresa do setor, e minerais não-metálicos (25,1%). Também tiveram destaque as contribuições positivas vindas do Rio Grande do Sul (6,3%) e Minas Gerais (5,9%), influenciadas, respectivamente, por produtos químicos (43,2%), cujo aumento é explicado, em grande parte, pelo pagamento de horas extras acumuladas, produtos de metal (30,4%) e meios de transporte (18,0%); e alimentos e bebidas (8,6%), produtos de metal (13,3%) e indústria extrativa (11,4%).

Setorialmente, ainda no indicador mensal, o valor da folha de pagamento real aumenta em quatorze dos dezoito setores investigados, com as maiores influências positivas vindas de meios de transporte (5,0%), alimentos e bebidas (5,0%), produtos químicos (8,7%) e indústria extrativa (15,4%). Em sentido oposto, as principais pressões negativas foram assinaladas em calçados e artigos de couro (-4,3%), madeira (-5,7%) e borracha e plástico (-0,9%).

O indicador acumulado no ano avança 4,6%, com crescimento em todos os locais pesquisados. Os destaques foram São Paulo (3,2%), Região Nordeste (7,4%) e Minas Gerais (6,0%). Em São Paulo, cabe mencionar os índices de produtos químicos (8,0%), alimentos e bebidas (4,4%) e minerais não-metálicos (12,2%). Na Região Nordeste, alimentos e bebidas (10,6%), refino de petróleo e produção de álcool (29,5%) e calçados e artigos de couro (8,0%) foram as contribuições mais significativas; e em Minas Gerais, as principais influências vieram de indústria extrativa (16,5%), metalurgia básica (6,3%) e alimentos e bebidas (10,2%).

Em termos setoriais, quatorze segmentos elevaram o valor da folha de pagamento, destacando-se alimentos e bebidas (8,2%), produtos químicos (8,6%) e indústria extrativa (15,7%). Por outro lado, papel e gráfica (-3,5%), madeira (-6,3%) e calçados e artigos de couro (-3,1%) pressionaram negativamente o resultado geral.

Ricardo Bergamini
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