Gim Argello (PTB-DF), o suplente do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), está disposto a assumir o mandato no Senado Federal mesmo com a decisão da corregedoria da Casa em investigá-lo por suspeitas de irregularidades descobertas pela Polícia Civil do Distrito Federal na Operação Aquarela. O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Maurício Corrêa -que assumiu a defesa de Gim Argello (PTB-DF) para os assuntos referentes ao Senado- disse que a corregedoria não tem autonomia para investigar o suplente.
"Isso é querer passar a carroça na frente dos bois. O Gim vai tomar posse. Falar em quebra de decoro sobre questões passadas não é possível. Isso é precipitação e síndrome investigatória", afirmou Correa. O ex-ministro disse acreditar que o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), vai rever sua disposição em investigar Argello depois que tiver conhecimento dos fatos referentes ao suplente. "O senador Tuma é um homem equilibrado. Quando tiver conhecimento dos fatos, vai mudar sua posição", disse.
Segundo Correa, não há nenhuma decisão judicial contra Argello que comprometa a sua posse no Senado. "Quantos parlamentares respondem a processos no STF?", questionou o advogado. O corregedor-geral do Senado alega que pode investigar o suplente de Roriz uma vez que Argello foi diplomado na Casa Legislativa na posse do titular. Tuma se reuniu na manhã desta sexta-feira com o juiz Roberval Casemiro Belinati, da 1¦ Vara Criminal do Distrito Federal, responsável pelas investigações da Operação Aquarela, que prometeu ao corregedor documentos relacionados ao suplente de Roriz. "Eu estou disposto a investigar. Não se pode fugir de uma investigação. Até para a tranqüilidade dele, seria um dever", disse Tuma. O juiz também vai mandar os documentos ao STF (Supremo Tribunal Federal), depois que Argello for empossado.
Na opinião de Tuma, o Senado tem que evitar a presença de políticos suspeitos de envolvimento em irregularidades. "Se o sujeito consegue burlar [a ética], o Congresso tem obrigação de evitar que esta Casa não vire abrigo permanente de alguns marginais, sem querer ofender, mas que têm praticado a traição na população que neles confiou." Ex-deputado distrital, Argello é acusado de causar um prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa do Distrito Federal, além de responder a denúncias de que teria recebido propina.
Fonte FolhaNews
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