O Brasil há trinta anos pesquisa todos os segmentos da cadeia produtiva que envolve a relação cana-álcool. Pesquisadores estudaram as melhores espécies a serem plantadas, existe a logística desde o plantio, colheita e envio às usinas. Se isto não bastasse, a engenharia nacional desenvolveu ao longo de mais de três décadas motores para todos os tipos de veículos, e que podem usar gasolina ou álcool.
Por Décio Batista Pizzato
O Brasil há trinta anos pesquisa todos os segmentos da cadeia produtiva que envolve a relação cana-álcool. Pesquisadores estudaram as melhores espécies a serem plantadas, existe a logística desde o plantio, colheita e envio às usinas. Se isto não bastasse, a engenharia nacional desenvolveu ao longo de mais de três décadas motores para todos os tipos de veículos, e que podem usar gasolina ou álcool. Esses motores já estão sendo exportados.
As fábricas General Motors e Ford mostraram para o presidente Bush, aqui no Brasil, os veículos com motores bicombustível.
A tecnologia nacional está sendo exportada, é o estágio mais avançado de uma pauta exportadora. Não querer ver isso é demonstrar falta de conhecimento.".
Este trecho faz parte do artigo anterior "A nova musa" postado neste espaço. De lá para cá, atraídos por esta nova inspiração, os olhos do mundo desenvolvido se voltam para a tecnologia brasileira que produz o etanol.
Depois do acordo firmado pelo primeiro-ministro italiano com o Brasil, não só atraímos investimentos italianos como estaremos exportando conhecimento, para que a estatal ENI possa implantar o modelo brasileiro, em Angola e Moçambique, junto com a Petrobrás.
Como se isso não bastasse, a gigante petrolífera British Petroleum (BP) está interessada na produção do álcool da cana no Brasil. Segundo o seu vice-presidente sênior para Biocombustíveis, Philip New, a companhia avalia projetos para investir na produção e na logística de exportação do combustível no País. Os motivos que a BP se volta para o Brasil, segundo sua declaração foi: "O Brasil detém a expertise da produção, do transporte e do cultivo de diferentes variedades e a forma do mix que origina o álcool, ao contrário da Austrália, por exemplo, que cultiva a cana, mas não consegue acertar esse mix". Não poderia haver melhor reconhecimento para mais de 30 anos de experiência.
Enquanto isso no Congresso dos Estados Unidos, o republicano Richard Lugar, apresentou projeto de lei, que denominou "Pacto de Cooperação de Energia Estados Unidos-Brasil" destinando US$ 59 milhões apenas para realizar um estudo que pretende analisar os custos e benefícios da remoção da sobre taxação de US$ 0,54 por galão, que os Estados impõem às exportações do etanol brasileiro. É a busca de alternativas para contornar essa legislação tarifaria que vigora até 2009.
A rápida visita do presidente Bush ao Brasil, ofuscou a presença no país do presidente da Alemanha que estava acompanhado de uma comitiva de empresários. Foram raros os detalhes dessa visita, e pode-se ter certeza que uma olhada dada no etanol, isso foi feito.
Com exceção da Suécia, a Europa industrializada está atrasada na implantação de medidas de substituição dos combustíveis fósseis.
Mesmo assim, ambientalistas europeus estão pressionando a União Européia, para criar mecanismos de barreiras, via certificação, para impedir a entrada do etanol brasileiro. A razão desta pressão é o atraso em todo o processo de fabricação de biocombustíveis nos diversos países da Europa.
São os grandes interesses econômicos que poderão cair por terra em razão da rápida aceitação da tecnologia brasileira.
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