A dívida líquida do setor público caiu abaixo de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) pela primeira vez em cinco anos. É o que mostra o Banco Central em estatísticas da política fiscal divulgadas ontem (27). Em outubro, a dívida líquida chegou a 49,5% do PIB, o percentual mais baixo ocorrido desde fevereiro de 2001.
A expectativa do BC é que a tendência de queda continue em 2007, já que são necessários 12 meses para que os cortes de juros apresentem todos os efeitos esperados.
Neste ritmo, o BC também espera para o final do ano, que haja queda expressiva em relação aos 51,5% do PIB observados em dezembro de 2005, ainda que o índice seja maior que o atual.
Segundo pesquisa semanal de expectativas do mercado feita pelo BC, o setor privado projeta para 2007 queda do indicador para 49,1% do PIB. Seguiria essa trajetória nos anos seguintes: 47% em 2008, 45,3% em 2009 e 43,35% em 2010.
Superávit
O superávit primário do setor público ficou em 4,34% do PIB nos últimos 12 meses, seguindo a meta de 4,25% do PIB para 2006. O superávit subiu em relação aos 4,28% observados em setembro. Assim, o governo acumula uma folga um pouco maior para o cumprimento da meta anual, fixada em 4,25% do PIB.
O superávit havia caído em setembro, de 4,45% para 4,28% do PIB, em virtude do pagamento antecipado do 13º salário para aposentados e pensionistas, que normalmente ocorre em dezembro. A expectativa é que o resultado do último mês do ano, tradicionalmente deficitário, seja menos negativo que o normal.
Mais ICMS
Outro destaque positivo em outubro foi o resultado do superávit primário dos governos estaduais, de R$ 2,535 bilhões. O resultado é o maior já observado na série estatística do BC, que começa em 1991, especialmente considerando que esse resultado ocorreu em ano eleitoral. Segundo os dados do BC, o superávit foi favorecido pelo aumento da arrecadação do ICMS.
PT
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