Nesta quinta-feira (23), a Polícia Federal colhe os depoimentos dos três últimos controladores, de um grupo de 13 que estavam de plantão no dia do acidente. Os advogados dos controladores de vôo que estavam trabalhando no dia 29 de setembro, data da colisão entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, afirmaram nessa quarta-feira (22) que seus clientes devem ter sido induzidos a erros por causa de problemas que ocorrem, com freqüência, nos radares do centro de controle aéreo de Brasília (Cindacta-1).
Os profissionais disseram que, naquele dia, não só a indicação da altitude do Legacy - referente ao plano de vôo - modificou-se automaticamente como a indicação da esquerda - referente à real atitude da aeronave - foi alterada sem a interferência manual do operador.
Segundo os controladores, panes desse tipo são freqüentes. Eles afirmam que todos os problemas ocorridos no dia-a-dia do centro de controle ficam registrados em livros e computadores. .
Nessa quarta, foi ouvido o controlador que monitorava o Legacy ao passar por Brasília. Segundo os advogados, ele viu na tela do radar que o jato estaria a 36 mil pés, quando, na verdade, estava a 37 mil pés. O profissional, então, teria repassado uma informação errada a seu substituto.
Os advogados asseguram que tanto os três controladores de São José dos Campos, de onde o Legacy partiu, quanto os de Brasília descartam qualquer responsabilidade no acidente. O controlador que autorizou a decolagem, por exemplo, declarou à PF que deu todas as instruções de praxe, seguindo linguagem padrão. Os controladores foram unânimes em garantir que há pontos cegos no controle aéreo na região onde o ocorreu o acidente, além falhas de comunicação via rádio.
Os controladores atribuem o acidente primeiro a um erro dos pilotos do Legacy, que não seguiram o plano de vôo. Dizem ainda que houve falhas nos equipamentos do Cindacta-1, não só nos rádios de freqüência, como nos próprios radares.
"É comum haver perda de vigilância no radar", alertam os controladores de vôo. A Aeronáutica nega a existência de pontos cegos no espaço aéreo.
Agência Estado
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