O jornal francês Le Figaro publicou uma entrevista com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Ele admitiu que suas relações com a Bolívia são "complexas" e que tem quatro frentes de negociação com o Governo, mas insistiu na pouca importância das atividades no país para o seu balanço.
Os negócios da Petrobras na Bolívia são responsáveis por "menos de 0,04%" dos lucros, ressaltou Gabrielli . Ele negou estar submetido a uma dupla pressão, por parte do Governo e dos acionistas, por causa da polêmica com a Bolívia.
"O Governo brasileiro controla a Petrobras, sem ambigüidade. Não faz nada contra os interesses da empresa", afirmou. Além disso, acrescentou, a ação da diplomacia brasileira "permite negociar com as autoridades bolivianas".
O presidente da Petrobras explicou que discute com La Paz a imposição de suas atividades de produção. Ele avisou que aumentar a taxação de 50% para 82%, como quer o Governo, impedirá novos investimentos.
A empresa também negocia uma indenização pela nacionalização das refinarias, o preço do transporte administrado pela companhia estatal YPFB e as tarifas do gás boliviano.
No caso do gás, Gabrielli admitiu que a alta do preço poderá ser maior que a prevista no contrato, em vigor até 2019.
O presidente da Petrobras lembrou que os projetos de desenvolvimento da empresa pretendem aumentar sua produção petrolífera dos 2,4 milhões de barris diários atuais para 3,5 milhões em 2011 e 4,5 milhões em 2015. O total é equivalente a metade da produção de países como Arábia Saudita e Rússia.
Segundo o executivo, as jazidas já descobertas compensarão a queda da produção de 1,1 milhão de barris de alguns de seus poços até 2011.
O projeto de gasoduto entre Venezuela e Argentina, segundo Gabrielli, "é uma necessidade estratégica para a América do Sul". Mas ele admitiu que se trata de "um projeto a longo prazo que enfrenta vários obstáculos" de técnicos, tarifários, ambientais e diplomáticos.
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