Brasil: Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário

Fonte IBGE

Base: Junho de 2006

Emprego industrial tem variação de –0,1% de maio para junho

A taxa foi a mesma (-0,1%) no confronto com junho de 2005, sendo o nono indicador negativo consecutivo nessa comparação. O indicador acumulado no ano mostrou queda de 0,5%, e o acumulado nos últimos 12 meses apresentou recuo de 0,3%. O número de pessoas ocupadas caiu 0,4% no segundo trimestre de 2006, frente ao mesmo período de 2005, porém foi 0,4% maior do que no primeiro trimestre deste ano (série ajustada sazonalmente). A tendência apontada pelo indicador de média móvel trimestral é de estabilidade, com variação de 0,1% entre os trimestres encerrados em junho e maio.

Em relação a junho de 2005, pessoal ocupado cai em 7 dos 14 locais pesquisados

No confronto com junho de 2005, 7 dos 14 locais e 10 dos 18 setores pesquisados registraram decréscimo no contingente de trabalhadores. Os principais destaques regionais foram Rio Grande do Sul (-8,5%), região Nordeste (-1,6%) e Paraná (-2,2%). Na indústria gaúcha, a atividade de calçados e artigos de couro (-20,1%) deu a contribuição negativa mais relevante; na nordestina e na paranaense, a principal pressão negativa veio de vestuário (-4,1% e -10,7% respectivamente). No total do país, calçados e artigos de couro (-12,6%), máquinas e equipamentos (-6,4%) e vestuário (-5,5%) exerceram as principais pressões negativas.

Em sentido contrário, alimentos e bebidas (7,4%); máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,9%); e refino de petróleo e produção de álcool (12,8%) foram os destaques positivos. Entre as áreas pesquisadas, região Norte e Centro-Oeste (9,8%), São Paulo (1,1%) e Pernambuco (3,2%) lideraram os impactos positivos na composição do índice geral.

Os índices trimestrais, na comparação com igual período do ano anterior, mostram que a redução no emprego industrial ocorreu em ritmo mais moderado entre o primeiro (-0,6%) e o segundo (-0,4%) trimestres deste ano. O segundo trimestre foi o terceiro consecutivo de queda nesse indicador.

No acumulado no primeiro semestre de 2006, o pessoal ocupado assalariado também apresentou decréscimo (-0,5%). No total do país, 11 setores sobressaíram com influência negativa, sendo as mais relevantes as de calçados e artigos de couro (-13,4%), máquinas e equipamentos (-7,9%) e madeira (-11,8%). Por local, as contribuições mais importantes entre os oito que reduziram o contingente de trabalhadores vieram do Rio Grande do Sul (-9,1%), região Nordeste (-2,8%) e Paraná (-3,3%).

Por outro lado, na região Norte e Centro-Oeste (9,7%), em São Paulo (0,8%) e Minas Gerais (2,0%), houve aumento no nível de emprego. Em termos setoriais, no total do país, os principais acréscimos foram verificados em alimentos e bebidas (8,8%); máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,6%); e meios de transporte (2,9%).

Número de horas pagas cresce 0,2% tanto em relação a maio como a junho/05

Em junho, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria cresceu 0,2% em relação a maio, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com junho de 2005, esse indicador também cresceu 0,2%, enquanto as taxas para períodos mais abrangentes, acumulado no ano e acumulado nos últimos 12 meses, apresentaram variação negativa de 0,1% cada uma.

Em relação a junho de 2005, o número de horas pagas aumentou em 6 dos 14 locais e em 8 dos 18 ramos pesquisados. No corte setorial, as maiores pressões positivas vieram de alimentos e bebidas (5,8%); máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,1%); e refino de petróleo e produção de álcool (16,1%). Por outro lado, calçados e artigos de couro (-8,1%) e vestuário (-6,3%) foram os impactos negativos mais relevantes.

Ainda na comparação mensal, os locais que sobressaíram como as principais influências positivas no resultado geral foram São Paulo (2,5%), região Norte e Centro-Oeste (8,3%) e Minas Gerais (1,4%). Na indústria paulista, 9 das 18 atividades aumentaram o número de horas pagas, sendo as contribuições mais expressivas as de alimentos e bebidas (8,1%); máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (10,6%); e outros produtos da indústria da transformação (10,9%). Na região Norte e Centro-Oeste, alimentos e bebidas e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, cada um com taxa de 18,2%, exerceram as maiores pressões positivas. Na indústria mineira, coube ao segmento de alimentos e bebidas (13,9%) o maior impacto positivo.

Em sentido contrário, as principais pressões negativas vieram do Rio Grande do Sul (-8,1%) e Paraná (-3,9%), onde calçados e artigos de couro (-11,4%) e madeira (-14,2%) foram os principais destaques respectivamente.

A variação no número de horas pagas ficou estável na passagem do primeiro (-0,1%) para o segundo trimestre de 2006 (-0,1%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior.

O acumulado no primeiro semestre registrou variação negativa de 0,1%, com quedas em 9 áreas e 11 setores. Os locais responsáveis pelos principais recuos foram Rio Grande do Sul (-8,1%), Paraná (-5,3%) e região Nordeste (-2,9%). São Paulo (2,3%) e a região Norte e Centro-Oeste (9,7%) exerceram as maiores pressões positivas. Em termos setoriais, os impactos negativos mais relevantes vieram de madeira (-13,9%) e máquinas e equipamentos (-6,5%). As indústrias de alimentos e bebidas (6,6%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,7%) responderam pelos principais impactos positivos.

Os indicadores trimestrais, na comparação com o trimestre imediatamente anterior (série ajustada sazonalmente), mostram que, no período abril-junho de 2006, pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2005, houve crescimento para as três variáveis: 0,4% no emprego, 0,2% no número de horas pagas e 0,5% na produção.

Folha de pagamento também cresce 0,2% entre maio e junho

O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, na série livre de influências sazonais, cresceu 0,2% em junho, na comparação com maio. Com esse resultado, o segundo positivo consecutivo, a folha de pagamento real acumula expansão de 0,7% desde abril.

Nos demais indicadores, na comparação com iguais períodos do ano anterior, os resultados também foram positivos: 1,4% em relação a junho de 2005, 0,5% no segundo trimestre, 0,4% no acumulado no ano e 1,6% no acumulado nos últimos 12 meses.

No confronto junho 06/ junho 05, a folha de pagamento real cresceu 1,4%, com taxas positivas em 9 dos 14 locais pesquisados. A principal contribuição veio de Minas Gerais (9,2%), devido principalmente a metalurgia básica (17,8%); máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (24,9%); e máquinas e equipamentos (18,2%). Vale citar ainda São Paulo (1,3%), em razão sobretudo dos aumentos em produtos químicos (30,2%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (18,8%); e a região Norte e Centro-Oeste (5,6%), por conta de máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (28,8%) e alimentos e bebidas (6,5%).

Do lado negativo, as maiores pressões vieram do Rio Grande do Sul (-6,3%) e Paraná (-3,5%), influenciados, no primeiro caso, pelas reduções em calçados e artigos de couro (-15,8%) e produtos de metal (-9,1%) e, no segundo, por alimentos e bebidas (-10,1%) e madeira (-11,5%).

Em termos setoriais, ainda nesse tipo de comparação, houve aumento real na folha de pagamento em 9 dos 18 segmentos. As maiores influências positivas vieram de produtos químicos (13,3%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (16,3%). Em sentido contrário, os principais recuos foram observados em máquinas e equipamentos (-9,4%) e calçados e artigos de couro (-8,3%).

A folha de pagamento apresentou ligeiro aumento no ritmo de crescimento na passagem do primeiro (0,4%) para o segundo trimestre de 2006 (0,5%), ambas as comparações contra igual período de 2005.

O indicador acumulado no primeiro semestre registrou expansão de 0,4%, com acréscimos em 8 dos 14 locais pesquisados. As maiores contribuições positivas vieram de Minas Gerais (7,4%), sobretudo devido aos meios de transporte (15,7%) e metalurgia básica (5,3%), e da região Norte e Centro-Oeste (7,8%), em função de alimentos e bebidas (11,4%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (24,4%). Por outro lado, Rio Grande do Sul (-7,9%) e Paraná (-5,5%), por conta, respectivamente, de calçados e artigos de couro (-22,2%) e alimentos e bebidas (-9,6%), tiveram as principais reduções.

No total do país, houve ampliação na folha de pagamento em 8 dos 18 ramos. As influências positivas mais relevantes vieram de produtos químicos (12,0%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (12,1%); enquanto máquinas e equipamentos (-10,5%) e calçados e artigos de couro (-12,9%) foram as principais pressões negativas.

Ricardo Bergamini
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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey