Os brasileiros discutem a questão sobre o motivo do fim dos ataques de PCC. O secretário da Administração Penintenciária Nagashi Furukawa respondeu assím: "Pergunte a eles (os ladrões). Só eles têm essa resposta.
Segundo veja on-line (Assinatura) hoje as circunstâncias que cercaram a suspensão dos ataques da facção PCC à polícia começam a ser reveladas. Na terça-feira, descobriu-se um avião da própria Polícia Militar a levar uma comitiva, com participação de uma advogada do PCC, para ver o líder da facção- Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. E um outro chefão do grupo confirmou que existiu negociação.
Junto de um delegado, um coronel da PM e um corregedor da Secretaria de Administração Penitenciária, viajou também a advogada Iracema Vasciaveo - que representaria os bandidos da facção.
Conforme reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, a advogada participou da reunião, fez uma série de telefonemas e, horas depois, veio a ordem do PCC para que os ataques fossem suspensos. O governo segue negando ter feito qualquer acordo com Marcola. Nas explicações oficiais, contudo, escapam pistas de que houve interlocução com a facção.
O secretário Nagashi Furukawa, por exemplo, confirmou a reunião, dizendo que seria "para passar para pessoas fora daqui uma notícia que levaria ao fim dos atentados e rebeliões". A informação seria de que Marcola não fora ferido. A advogada também desmentiu o acordo, dizendo que o encontro na prisão foi "demonstração de boa vontade" do governo.
Na entrevista de terça-feira, Furukawa também voltou a afirmar que a única solução para evitar o uso de celulares nas celas cabe às empresas de telefonia, que, segundo ele, deveriam restringir o sinal em áreas que contêm presídios. Terça-feira, a Promotoria da Cidadania do Estado abriu inquérito para exigir que essas empresas desenvolvam tecnologia para bloquear a transmissão no entorno de unidades prisionais.
Furukawa disse ainda que autorizou a colocação de televisores na entrada dos raios (pavilhões), para que os detentos assistam à Copa do Mundo uma reivindicação feita pelo grupo criminoso. Ele garantiu que o governo não vai custear os aparelhos.
Em função das notícias sobre o acordo, o Ministério Público Estadual decidiu abrir uma investigação sobre o caso. "Tentaremos apurar o que efetivamente ocorreu na reunião com Marcola", explicou o procurador-geral, Rodrigo Pinho. "Não se pode admitir a paralisação das ações em troca de benefício não previsto em lei. Até agora não há indícios de que ocorreu, mas vamos apurar."
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