13.05.06. Pravda.ru (São Tomé) -
O preço dos combustíveis poderá subir nos próximos dias a um nível insustentável para a população. O Governo já confirmou a recepção de uma proposta da empresa de combustíveis a exigir subida drástica dos preços.
Tudo numa altura em que o mercado financeiro regista subida galopante da inflação. As contas estão baralhadas em São Tomé e Príncipe. O custo de vida está a atingir níveis insuportáveis. O novo governo já não sabe como estancar a subida galopante da inflação. A vice-primeira ministra e ministra do plano e finanças, confessa que a situação está fora de controlo.
«O Governo cessante acordou com o FMI uma taxa de inflação de 13% até ao fim do ano, no quadro do programa financeiro. Nesse momento já estamos a mais de 13%», sublinhou Maria dos Santos Torres.
A hemorragia de dólares, que as últimas eleições legislativas, fizeram desaguar no mercado financeiro do país, é uma das causas da rápida subida da inflação. Segundo a número dois do governo, muito dinheiro entrou na praça financeira durante o período das eleições legislativas.
«As pessoas não trabalhavam durante a campanha. Nem peixe havia no mercado. Houve carência de alguns produtos. O pouco que havia aumentou de preço, e tudo isso com impacto a nível da inflação», explicou. O mais grave, é que o país continua em campanha política.
Em julho próximo serão realizadas mais duas grandes eleições. Primeiro as autárquicas e regionais e depois as aguerridas presidenciais. Consequentemente, mais dólares de origem duvidosa poderão ser injectados no mercado, como forma de sustentar a feroz luta pelo poder.
A inflação poderá assim atingir números inacreditáveis até ao final do ano. Como se não bastasse, o governo negoceia com a empresa dos combustíveis, mais uma subida dos preços. A vice-primeira ministra, garante que a empresa de combustíveis a ENCO, já apresentou uma proposta de aumento drástico do preço dos combustíveis.
Maria dos Santos Torres, indicou que estão a decorrer negociações com a ENCO para que o aumento previsto para os próximos dias seja o mais suave possível para a população. Como sempre a corda rompe-se na parte mais fraca. O povo é quem mais sofre.
«Esse é um imposto que arruína com o bolso dos pobres», afirmou a vice-primeira ministra. Com o país perdido na luta política, as autoridades começam a perceber que só o próximo ano, 2007, poderá trazer estabilidade suficiente que permita sanear as finanças públicas, e projectar acções estruturadas de desenvolvimento.
Suahills Dendê
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STP
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