Biblioteca-Museu República e Resistência
A UNESCO proclama, no seu Manifesto sobre as Bibliotecas Públicas, a confiança na Biblioteca Pública enquanto "força viva para a educação, cultura e informação, e como agente essencial para a promoção da paz e do bem-estar espiritual através do pensamento dos homens e mulheres.
Assim, a UNESCO encoraja as autoridades nacionais e locais a apoiar activamente e a comprometerem-se no desenvolvimento das bibliotecas públicas", como uma "porta de acesso local ao conhecimento", fornecendo "as condições básicas para a aprendizagem ao longo da vida, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural do indivíduo e dos grupos sociais".
A Biblioteca-Museu República e Resistência (BMRR), cujas novas instalações são da autoria do Arq.º Keil do Amaral, dedica-se ao estudo e à investigação da História Contemporânea portuguesa desde 1870, em permanente articulação com as Universidades e as Associações Culturais, encontrando-se "à disposição do público diversas obras e documentos que permitem um diferente olhar sobre a I República Portuguesa, para além de diversa imprensa clandestina das oposições ao Estado Novo". Desde a sua criação que esta biblioteca tem organizado exposições temáticas, mesas redondas e workshops, leituras infantis, ciclos de cinema, de teatro e de poesia, debates sobre ciência, história ou religião, feiras do livro, editando e vendendo regularmente catálogos a partir de materiais disponíveis em arquivo. Dispõe ainda de um auditório e de um ciber-café.
A título meramente exemplificativo, em 1999, a BMRR efectuou 1.162 sessões, das quais 519 foram visitas guiadas, cerca de 300 exposições e 128 projecções de cinema e vídeo. Entre outras iniciativas, realizou 79 conferências/colóquios, 59 exposições de pintura, desenho e cerâmica e editou 14 livros e 21 desdobráveis.
Na semana passada, a Câmara comunicou à direcção da BMRR a decisão de "introduzir medidas restritivas" do seu funcionamento, como a decisão de encerrar o espaço aos sábados, dia em que aumentam as visitas, justificando-a com a necessidade de contenção de custos e de "optimização dos recursos da Câmara". É ainda reconhecido que os trabalhadores com recibos verdes das bibliotecas municipais da Câmara se encontram com salários em atraso desde Dezembro do ano passado. Tal facto estimulou a Associação de Amigos da BMMR a promover um abaixo-assinado em defesa daquele espaço.
Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta dos eleitos do Partido Ecologista "Os Verdes", exigir à Câmara Municipal de Lisboa: - A reabertura e manutenção das actividades correntes da Biblioteca-Museu República e Resistência;
- O pagamento dos salários em atraso dos trabalhadores com recibos verdes das bibliotecas da Câmara. AML, Lisboa, 18 de Abril de 2006
José Luís Teixeira Ferreira José Luís Sobreda Antunes Partido Ecologista "Os Verdes"
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