Brasil: Boas novidades para o comércio

Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE Base: Fevereiro de 2010

Em fevereiro, vendas do varejo crescem 1,6% e receita nominal 2,2%

Ambas as taxas foram em relação a janeiro, na série com ajuste sazonal. O resultado positivo pelo segundo mês consecutivo expressa um crescimento mais consistente no ritmo de vendas. Na comparação com fevereiro de 2009, o volume de vendas e a receita nominal do varejo cresceram 12,3% e 15,3%, respectivamente. No primeiro bimestre, esses indicadores registraram elevação de 11,3% e 13,9%. Nos últimos doze meses, volume e receita acumularam crescimentos de 6,0% e 10,5%.

Quanto ao Comércio Varejista Ampliado, na passagem de janeiro para fevereiro, houve crescimento de 2,1% para volume de vendas e 2,5% para a receita nominal. Comparado com o mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de 13,6% para o volume de vendas e de 15,7% para a receita nominal. No bimestre, os resultados foram 19,7% para o volume e de 13,6% para a receita. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor apresentou taxas de variação de 8,3% e 9,0% para o volume e para a receita nominal de vendas, respectivamente.

Nesse segundo mês do ano, oito das dez atividades pesquisadas obtiveram resultados positivos para o volume de vendas com ajuste sazonal (indicador mês/mês). Em ordem de magnitude das taxas, os resultados foram os seguintes: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,9%); Tecidos, vestuário e calçados (3,4%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,0%); Material de construção (2,8%); Veículos e motos, partes e peças (2,5%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%); Móveis e eletrodomésticos (1,2%); Combustíveis e lubrificantes (1,0%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,8%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,2%).

Já na relação fevereiro10/fevereiro09 (série sem ajuste), todas as atividades do varejo obtiveram resultados positivos no volume de vendas, por ordem de importância no resultado global: 11,5% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo ; 22,2% para Móveis e eletrodomésticos ; 15,5% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos ; 11,8% para Tecidos, vestuário e calçados; 4,8% para Combustíveis e lubrificantes ; 5,1% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico ; 18,8% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação ; e 10,7% para Livros, jornais, revistas e papelaria.

RESULTADOS SETORIAIS

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de 11,5% no volume de vendas em fevereiro sobre igual mês do ano anterior, foi responsável pela principal contribuição (47,8%) da taxa global do varejo. Em termos de acumulado nos últimos 12 meses, a atividade apresenta crescimento de 9,1%. Este desempenho foi motivado pelo aumento do poder de compra da população, decorrente do aumento da massa real efetivo dos assalariados (6,3% sobre fevereiro de 2009, segundo a PME). Também contribuiu para o crescimento da atividade, a estabilidade dos preços dos alimentos nos últimos meses (2,7% no Grupo Alimentação no Domicílio, nos últimos doze meses, contra 4,8% do Índice Geral, segundo o IPCA.).

A atividade de Móveis e eletrodomésticos , com variação de 22,2% no volume de vendas em relação a fevereiro do ano passado, registrou o segundo maior impacto na formação da taxa do varejo (27,4%). Esse resultado deve ser atribuído ainda à redução de IPI da linha branca, como também à oferta de crédito que aos poucos vem se aproximando do patamar de antes da crise financeira. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi de 4,8%.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a terceira maior participação na taxa global do varejo, apresentou crescimento de 15,5% na comparação com fevereiro de 2009 e taxa acumulada nos últimos 12 meses de 12,1%. A expansão da massa de salários, como visto acima, junto com a diversificação na linha de produtos comercializados, são os principais fatores explicativos do desempenho positivo do segmento.

O segmento de Tecidos, vestuário e calçados ,responsável pelo quarto maior impacto na formação da taxa global (5,8%) , obteve acréscimo no volume de vendas, em fevereiro, da ordem de 11,8% sobre igual mês do ano passado e taxa acumulada nos últimos 12 meses de -1,2%. Este resultado mostra um melhor desempenho da atividade, mesmo tendo o setor um comportamento crescente dos preços (variação de 6,1% no grupo Vestuário, comparado com o índice geral de 4,8%, segundo o IPCA), ao longo dos últimos 12 meses.

O segmento de Combustíveis e lubrificantes , com 4,8% de variação do volume de vendas na relação fevereiro10/fevereiro09, respondeu este mês pela quinta maior contribuição à taxa global do varejo. Em termos de desempenho acumulado, a taxa de variação chegou aos 1,2% nos últimos 12 meses. Atribui-se este comportamento à alta de preços do álcool combustível (variação de 29,3% nos últimos 12 meses – subitem Álcool do item Combustível do IPCA).

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com o sexto maior impacto na formação da taxa do varejo, obteve variação de 5,1% no volume de vendas, em relação a fevereiro de 2009, sendo responsável por 3,5% da taxa geral. Cabe observar que o segmento, que é composto por lojas de departamentos, ótica, joalheira, artigos esportivos, brinquedos etc vem tendo seu desempenho influenciado pelo quadro geral de recuperação da economia. A taxa acumulada nos últimos 12 meses foi da ordem de 8,1%.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pelo sétimo maior impacto na formação da taxa global , obteve acréscimo no volume de vendas, em fevereiro, da ordem de 18,8% sobre igual mês do ano passado e taxa acumulada nos últimos 12 meses de 12,3%. Dentre os fatores que vêm determinando este desempenho, destacam-se a redução de preços dos produtos do gênero (-7,2% nos últimos 12 meses para o subitem microcomputador no IPCA) e a crescente importância que os produtos de informática e comunicação vêm tendo nos hábitos de consumo das famílias.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com reduzido peso na estrutura da pesquisa, exerceu a menor influência positiva no resultado global do varejo. Em relação a fevereiro de 2009, apresentou aumento no volume de vendas de 10,7% e taxa acumulada de variação de 8,7% para os últimos 12 meses.

COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO

O Comércio Varejista ampliado , que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou crescimento em relação ao mês anterior de 2,1% para o volume de vendas e de 2,5% para a receita nominal, ambas as taxas com o ajustamento sazonal. Comparado com o mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de 13,6% para o volume de vendas e de 15,7% para a receita nominal. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor apresentou taxas de variação de 8,3% e 9,0% para o volume e para a receita nominal de vendas, respectivamente.

Em relação ao volume de vendas, Veículos, motos, partes e peças registrou expansão de 2,5% em relação a janeiro e 16,0% sobre fevereiro de 2009, acumulando, nos últimos doze meses, variação de 13,1%. O incentivo governamental através da redução do IPI para os automóveis novos tornou-se o principal fator para o crescimento da atividade.

Quanto a Material de construção , as variações para o volume de vendas foram de 2,8% sobre o mês anterior, e de 15,1% em relação a fevereiro de 2009 e de -3,2% no acumulado dos últimos 12 meses. É a quarta alta consecutiva da atividade podendo estar sinalizando para a recuperação do setor uma vez que para os dez primeiros meses de 2009 foram dez resultados negativos. O aumento da confiança dos agentes econômicos na recuperação da economia somada aos incentivos governamentais (redução de IPI para uma lista de materiais de construção) podem explicar tal comportamento.

RESULTADOS REGIONAIS

Todas as vinte e sete Unidades da Federação apresentaram resultados positivos para o volume de vendas, na comparação fevereiro10/fevereiro09. Os destaques foram: Tocantins (41,5%); Rondônia (32,7%); Acre (24,8%); Mato Grosso (20,3%); Sergipe (18,5%); Ceará (18,3%) e Ceará (18,3%). Quanto à participação na composição da taxa do Comércio Varejista , sobressaíram, pela ordem, São Paulo (12,0%); Rio de Janeiro (10,8%); Minas Gerais (10,9%); Rio Grande do Sul (11,4%); Paraná (12,8%) e Santa Catarina (11,6%).

Em relação ao varejo ampliado , as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram em Rondônia (29,9%); Tocantins (16,6%); Espírito Santo (21,5%); Mato Grosso (20,4%) e Ceará (19,2%). Em termos de impacto no resultado global do setor, os destaques foram os estados de São Paulo (14,3%); Minas Gerais (16,6%); Rio de Janeiro (10,0%); Rio Grande do Sul (11,3%); Paraná (11,8%) e Santa Catarina (12,5%).

Ainda por Unidades da Federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam, também, todos os estados com variação positiva, na comparação mês/mês anterior. As maiores variações foram em Tocantins (37,7%); Rondônia (12,5%); Roraima (6,4%) e Santa Catarina (4,4%).

Ricardo Bergamini
[email protected]
http://www.ricardobergamini.com.br

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