Brasil: Estudo de pecuária

Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha – Fonte IBGE Base: Primeiro Trimestre de 2009

Abate de bovinos cai 11,1% no primeiro trimestre de 2009

Segundo a estatística da Produção Pecuária do IBGE, no primeiro trimestre de 2009, foi registrada queda de 11,1% no abate de bovinos, em relação ao mesmo período de 2008.

Também apresentou redução no primeiro trimestre o abate de frangos (-5,8%), enquanto o abate de suínos cresceu 7,1%, ambos comparados ao primeiro trimestre do ano passado. A aquisição de leite pelos estabelecimentos industriais permaneceu praticamente estável (-0,6%) nessa comparação, mas houve queda de 20% na aquisição de couro. Foi registrado crescimento de 3,6% na produção de ovos de galinha. Mato Grosso (13,6%), São Paulo (13,3%) e Mato Grosso do Sul (12,2%) apresentaram os maiores percentuais no abate de bovinos. A região Sul concentrou 60,6% do abate de frangos, com destaque para o Paraná (26,5%). O Sul também se destacou no abate de suínos, com 68,3%. Minas Gerais liderou a captação de leite (26,8%) no país.

O 1º trimestre de 2009 registrou o abate de 6,446 milhões de cabeças de bovinos. Tal volume quando comparado ao número informado no 1° trimestre de 2008 indica nova redução no número de animais abatidos (-11,1%). Com relação ao 4º trimestre de 2008, a queda foi menos acentuada (- 3,6%). O peso total de carcaças foi de 1,507 milhão de toneladas, resultando em quedas de 7,6% e de 3,8%, respectivamente, em relação ao 1º trimestre de 2008 e 4º trimestre de 2008. A recessão da economia mundial não permite ainda uma retomada de crescimento desta atividade, que demonstra uma fase de adaptação a esta nova realidade, interferindo nos negócios no âmbito interno e externo. Mato Grosso é o principal estado brasileiro em abate de bovinos, responsável por 13,6% de toda a produção nacional feita pelos estabelecimentos fiscalizados, seguido por São Paulo (13,3%), Mato Grosso do Sul (12,2%) e de Goiás (9,2%).

Segundo a Secex (Secretaria do Comércio Exterior), a comercialização externa de carne bovina no 1º trimestre de 2009 teve redução de 19,0% em volume e de 34,1% em faturamento quando comparado ao mesmo trimestre de 2008.

Frangos

No 1º trimestre de 2009, foram abatidas 1,122 bilhão de unidades de frangos, segundo a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais. Tal volume indica quedas no abate de 5,8% e 10,8%, com relação ao 1º e ao 4º trimestres de 2008, respectivamente. O peso total das carcaças ficou em torno de 2,327 milhões de toneladas, repercutindo em quedas de 6,7% e 9,5%, com relação ao 1º e ao 4º trimestres de 2008. O abate de frangos concentra-se na região Sul do país (60,6%) seguida pelo Sudeste (22,9%). Em termos estaduais, o Paraná respondeu pelo maior volume de abate (26,5%), seguido por Santa Catarina (18,8%) e Rio Grande do Sul (15,3%).

As exportações de carne de frango, no 1º trimestre de 2009, tiveram queda de 3,9%, em volume, e de 21,9%, em faturamento, quando comparado com o 1º trimestre de 2008 (Secex). Sob o impacto da crise financeira mundial, alguns importantes compradores do produto brasileiro reduziram o ritmo de compras como é o caso da União Européia, Estados Unidos e Rússia. Isto tem feito com que os produtores brasileiros busquem novos mercados para colocarem seus produtos ou ampliem suas vendas para locais como Hong Kong e Oriente Médio, por exemplo.

Suínos

No 1º trimestre de 2009, foram abatidas 7,322 milhões de unidades de suínos pelos estabelecimentos industriais que trabalham sob algum tipo de inspeção (seja ela federal, estadual ou municipal). Comparativamente ao 1º trimestre de 2008, registrou-se aumento de 7,1% no abate, enquanto com relação ao 4º trimestre de 2008 houve queda de 1,2%. O peso total de carcaças alcançou 696,819 mil toneladas, no 1º trimestre de 2009. Este volume representa variações positivas de 13,6% e 1,3%, relativamente ao 1º e ao 4º trimestres de 2008. O estado de Santa Catarina concentra 28,3% do abate total de suínos, enquanto a região Sul, 68,3%, sendo os principais expoentes nacionais.

As notícias de alerta da propagação da gripe suína (posteriormente denominada gripe A) marcaram o 1º trimestre de 2009. Acreditava-se que a disseminação da doença poderia restringir o consumo de carne suína tanto interna como externamente, tendo impactos significativos sobre a produção. Os dados da Pesquisa Trimestral do Abate para o período, por sua vez, não confirmaram isso, indicando até mesmo certo crescimento do abate comparativamente ao mesmo período do ano anterior.

Segundo a Secex, no 1º trimestre de 2009, a comercialização externa de carne suína aumentou em termos de volume 19,0%, com relação ao mesmo período do ano anterior, recuperando-se também das quedas acumuladas no 4º trimestre daquele ano. Entre os principais países compradores do produto brasileiro estão Rússia, Hong Kong, Angola, Ucrânia, Argentina e Cingapura.

Captação e Industrialização do leite

No 1º trimestre de 2009, foram adquiridos 4,954 bilhões de litros de leite pelos estabelecimentos industriais que atuam sob algum tipo de inspeção e são investigados pela pesquisa. Comparativamente, tanto ao mesmo período de 2008 quanto ao 4º trimestre do mesmo ano, observou-se certa estabilidade da aquisição (-0,6%) e (0,5%), respectivamente. Minas Gerais é o principal Estado em aquisição de leite, com 26,8% do total.

No âmbito externo, foram comercializadas quantidades menores de leite in natura no 1º trimestre de 2009, comparativamente ao mesmo período de 2008 (Secex). A queda acumulada no trimestre comparativamente ao 1º trimestre de 2008 foi de 56,1%, embora deva-se enfatizar a participação ainda pequena do Brasil na comercialização deste tipo de produto no exterior. Quanto ao leite em pó, cuja participação é um pouco maior, observou-se queda mas em proporção um pouco menor do que a registrada no leite in natura . A queda acumulada no 1º trimestre de 2009 foi de 11,1%, em volume, e de 35,6%, em faturamento, quando comparado com o 1º trimestre de 2008. Entre os principais importadores dos produtos lácteos brasileiros destacam-se Venezuela e Angola.

Aquisição de couro

A aquisição de couro cru bovino foi de 7,702 milhões de unidades, no 1º trimestre de 2009, representando uma queda de 20,5% e de 4,1% em relação ao 1º e 4º trimestres de 2008, respectivamente. São Paulo é o principal comprador de couro no território nacional, ficando com 18,5% do total. Em seguida vem o Rio Grande do Sul com 15,6%. A principal origem do couro cru adquirido são os matadouros frigoríficos (63,5%).

Ao se observar os dados trimestrais do couro e compará-los com os obtidos para o abate verifica-se a aproximação destas estatísticas. No 1º trimestre de 2008, a diferença couro X abate ficava em torno de 33,7%, caindo para 20,1% no 4º trimestre e mantendo queda no 1º trimestre de 2009 (19,5%).

Produção de ovos de galinhas

No 1º trimestre de 2009, foram produzidas 580,305 milhões de dúzias de ovos de galinha, indicando aumento de 3,6% com relação ao 1º trimestre e certa estabilidade (-1,0%) com relação ao 4º trimestre ambos do ano de 2008. Comparando os meses dos 1º trimestres dos anos de 2009 e 2008 verificou-se aumento da produção de ovos durante todos eles no ano corrente, com incrementos acima de 2,4%. São Paulo é o principal estado produtor de ovos de galinha, participando com 31,0% do total nacional. Comparando o 1º trimestre dos anos de 2008 e 2009 observa-se incrementos significativos de produção no Rio de Janeiro, Mato Grosso, Amazonas e Mato Grosso do Sul. Por outro lado quedas significativas de produção foram verificadas no Distrito Federal, Acre, Rio Grande do Norte e Rondônia.

Prof. Ricardo Bergamini

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey