Sistema Firjan debate o futuro da indústria criativa - Rio Criativo reúne personalidades, premia novos talentos, mapeia setor e inaugura mostra Rio, 27 de maio de 2008
O Sistema Firjan comemorou a Semana da Indústria nesta terça-feira, dia 27, com uma série de eventos em apoio à expansão da indústria criativa. Personalidades nacionais e internacionais do setor, entre eles o consultor britânico Philip Dodd, debateram o tema durante o Fórum Rio Criativo . Em consenso, concluíram que o Rio de Janeiro precisa trabalhar mais o potencial que possui em relação a esse novo setor, que desperta atenção em todas as partes do mundo.
Estudo ainda inédito no Brasil, o Relatório A Cadeia da Indústria Criativa no Brasil , lançado ontem, mostra que o Estado do Rio de Janeiro lidera o setor no país. O reconhecimento da importância de determinadas atividades com conteúdo intelectual, artístico e cultural que agregam valor a bens e serviços se deu no Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, documento do Sistema Firjan que destacou a indústria criativa entre os segmentos âncora da economia fluminense. O Relatório é o ponto de partida para o Sistema Firjan exercer o papel de articulador entre os diversos elos da cadeia produtiva da indústria criativa.
Os vencedores dos concursos Curta Criativo e Desafio Criativo , destinados a alunos universitários de Comunicação Social; e das áreas de ambientes projetados e design de produto, respectivamente, foram anunciados e receberam prêmios no valor total de R$ 100 mil.
Também foi aberta ao público a Mostra Rio Criativo , no Museu de Belas Artes (MBA), que exporá, num espaço de 500 metros quadrados, até o dia 26 de junho objetos de arte e produtos de grandes empresas numa retrospectiva que sintetiza conhecimento e criatividade, bases para o crescimento futuro.
A visão internacional
O consultor britânico de indústrias criativas Philip Dodd abriu o Fórum Rio Criativo com números impressionantes: a cultura gera um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 5 trilhões ao ano no mundo; 30% de todos os graduandos do Reino Unido estão indo trabalhar na indústria criativa; e a participação desse setor no PIB britânico já chega a 7,3%.
Para que o Estado do Rio também aproveite esse desenvolvimento, Dodd aconselhou competição em escala global e a procurar uma marca. "Vocês já têm uma vantagem muito grande, porque o Carnaval com certeza está entre a meia dúzia de eventos conhecidos mundialmente".
O consultor defende que o governo desempenhe um papel de facilitador e que não tente legislar sobre a economia criativa. "No momento em que se edita uma lei, o mundo já se moveu e ela não serve mais", afirmou. O papel das autoridades, segundo ele, é dar uma educação criativa às crianças, proteger a propriedade intelectual, ajudar a desenvolver pólos por atividade e se abrir à importação de talentos, sejam do próprio país ou estrangeiros.
"Se eu mandasse no Rio por um dia, juntaria dez pequenos negócios criativos e inovadores, mais filmes e músicas que representam a cidade, e faria um evento em cada grande cidade do mundo. Faria também um dia de portas abertas em todas as indústrias criativas, porque a população pode conhecer e se interessar em trabalhar nesse mercado".
Philip Dodd destacou o baixo custo de se desenvolver esse tipo de atividade. "Não é necessário capital para esse negócio. Um computador e alguns contatos bastam. Aluguel baixo também ajuda muito, o que tem um efeito regenerador. Quando os pequenos negócios criativos elegem uma área decadente da cidade, ela rapidamente se recupera", disse.
SISTEMA FIRJAN - www.firjan.org.br
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