Em março, vendas do varejo cresceram 1,8% e receita nominal, 2,3% - Estas altas foram em relação a fevereiro de 2008, com ajuste sazonal. Em relação a março de 2007, o volume de vendas do varejo cresceu 11,4%, e a receita nominal 16,0%. No trimestre, respectivamente, os indicadores acumularam 12,0% e 16,6% (maiores variações trimestrais da série), e nos doze últimos meses, 10,2% e 13,5%.
O Comércio Varejista do País, volta a registrar alta, neste terceiro mês de 2008, assinalando taxas de 1,8% no volume de vendas e de 2,3% na receita nominal, ambas as variações com relação ao mês anterior (ajustadas sazonalmente). Esses resultados expressam uma recuperação no ritmo de vendas, após a queda no mês anterior, como indicado nas trajetórias dos índices de base fixa e das médias móveis trimestrais. Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional obteve, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 11,4% sobre março do ano anterior e de 12,0% e 10,2% nos acumulados do primeiro trimestre e dos últimos 12 meses, respectivamente. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 16,0%, 16,6% e de 13,5%, respectivamente.
Em março, em sete das dez atividades pesquisadas (tabela 1) houve altas no volume de vendas, na série com ajuste sazonal. Em ordem de magnitude, os resultados foram: Tecidos, vestuário e calçados ( 6,1%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,3%); Combustíveis e lubrificantes (1,7%); Móveis e eletrodomésticos (1,6%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,4%); Material de construção (1,2%); Veículos e motos, partes e peças (0,2%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,3%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,1%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,6%).
Já em relação a março de 2007 (série sem ajuste), houve altas no volume de vendas de todas as atividades do varejo cujas taxas, por ordem de importância no resultado global, foram: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,7%); Móveis e eletrodomésticos (14,3%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (23,7%); Tecidos, vestuário e calçados (11,9%); Combustíveis e lubrificantes (5,5%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,6%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (24,8%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (7,1%) .
O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo mesmo com resultado abaixo da média (alta de 9,7% no volume de vendas em relação a março do ano anterior), foi responsável pela principal contribuição (44,1%) da taxa global do varejo. Os acumulados no ano e nos últimos 12 meses foram de 8,9% e 6,9%, respectivamente.
A atividade de Móveis e eletrodomésticos (14,3% no volume de vendas em relação a março do ano passado), foi o segundo maior impacto na formação da taxa do Comércio Varejista, sendo responsável por 19% da sua magnitude (Tabela 3). No acumulado do ano a taxa foi de 17,3% e nos últimos 12 meses de 14,9%.
A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com o terceiro maior impacto na formação da taxa do varejo, obteve variação de 23,7% no volume de vendas em relação a março de 2007, sendo responsável por 16% da taxa geral. Englobando segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheira, artigos esportivos, brinquedos, etc., esta atividade vem tendo seu desempenho impulsionado também pela melhoria do quadro geral da economia. O acumulado do ano foi da ordem de 26,9% e o acumulado dos últimos 12 meses, registrou variação de 23,9%.
A quarta maior contribuição para o resultado positivo do varejo, em março, coube ao segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que expandiu o volume de vendas em 11,9% com relação a igual mês do ano anterior. Resultado este que pode ser explicado pelo bom desempenho da economia brasileira como um todo e o lançamento de coleção outono-inverno. A atividade acumulou no ano e nos últimos 12 meses variações de 13,3% e 11,9%, respectivamente.
O segmento de Combustíveis e lubrificantes, com 5,5% de variação do volume de vendas na relação março08/março07, respondeu pela quinta maior contribuição à taxa do varejo. No acumulado no ano, a taxa de variação chegou aos 5,3% e nos últimos 12 meses, 5,2%. Atribui-se este comportamento à estabilidade de preços dos combustíveis, conjugada com a melhoria das condições econômicas do País.
A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a sexta maior participação na taxa global do varejo, apresentou crescimento de 9,6% na comparação com março de 2007 e taxas acumuladas de 13,2% para o primeiro trimestre e de 10,8% nos últimos 12 meses. A expansão da massa de salários junto com a diversificação do mix de produtos comercializados e a ampliação das vendas dos produtos genéricos, são os principais fatores explicativos do desempenho positivo do segmento.
O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pelo sétimo maior impacto na formação da taxa global, obteve acréscimo no volume de vendas, em março, da ordem de 24,8% sobre igual mês do ano passado e taxa acumulada no ano foi de 29,2% e nos últimos 12 meses de 31,3%. Trata-se da atividade com o maior patamar de crescimento este mês. Dentre os fatores que vêm determinando este desempenho, destacam-se a redução de preços dos produtos do gênero, conjugada com facilidades de financiamento, e a crescente importância que os produtos de informática e comunicação vêm tendo nos hábitos de consumo das famílias.
A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com crescimento de 7,1%, exerceu mais uma veza menor influência no resultado do varejo. A taxa acumulada no trimestre foi 11,0% e para os últimos 12 meses, 8,9%. Estes são, também, resultados decorrentes da melhoria do quadro geral da economia.
O Comércio Varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou crescimento em relação ao mês anterior de 1,4% para o volume de vendas e de 1,9% para a receita nominal, ambas as taxas com o ajustamento sazonal. Em relação a março de 2008 (sem ajuste sazonal), as variações foram de 12,1% para o volume de vendas e de 16,1% para a receita nominal. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses o setor apresentou taxas de variação de 14,8% e 14,3% para o volume e de 19,0% e 16,9% para a receita nominal de vendas, respectivamente.
No que tange ao volume de vendas, a atividade de Veículos, motos, partes e peças registrou expansão de 14,6% em relação a março de 2007, acumulando no trimestre e nos últimos doze meses variações de 21,4% e 23.4%, respectivamente. Com estes resultados, a atividade assume a terceira colocação em termos de magnitude de taxas de crescimento. A redução das taxas de juros e a ampliação dos prazos de financiamento, bem como expectativas positivas quanto à manutenção do emprego, vêm se constituindo nos principais fatores para a expansão das vendas do ramo.
Quanto a Material de construção, as variações foram de 5,5% na relação março08/março07 e de 10,9% no acumulado do ano, e de 11,9% nos últimos 12 meses. Tal desempenho resulta do quadro favorável da economia, especialmente no que se refere a crédito e massa de salários, combinado com medidas oficiais de incentivo à construção civil, concretizadas na diminuição da carga tributária (e conseqüentemente dos preços) incidente sobre determinados produtos básicos utilizados no setor.
RESULTADOS REGIONAIS
Duas das vinte e sete Unidades da Federação apresentaram quedas na comparação março08/março07: Roraima (-6,7%); Amazonas (-3,6%). Os destaques em termos de variações positivas do volume de vendas foram São Paulo (17,7%); Rio Grande do Norte (14,3%); Mato Grosso (13,2%); Pernambuco (10,3%) e Mato Grosso do Sul (10,2%). Quanto à participação na composição da taxa do Comércio Varejista, sobressaíram, pela ordem, São Paulo (17,7%); Rio de Janeiro (7,2%); Rio Grande do Sul (8,5%); Minas Gerais (7,0%) e Paraná (8.5%).
Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram no Espírito Santo (17,4%); São Paulo (16,6%); Goiás (15,0%); Santa Catarina (14,2%); Rondônia (13,8%). Os maiores impactos no resultado global do varejo vieram de São Paulo (16,6%); Paraná (13,6%); Rio Grande do Sul (11,7%); Rio de Janeiro (7,5%); Santa Catarina (14,2%) e Minas Gerais (7,5%).
Ainda por Unidades da Federação, em relação ao mês anterior (série com ajuste), somente cinco estados tiveram quedas no volume de vendas: Tocantins (-2,0%); Roraima (-0,2%); Distrito Federal (-1,9%); Rio de Janeiro (-1,5%) e Minas Gerais (-0,7%). As maiores altas ocorreram em: Bahia (7,2%); Espírito Santo (5,6%); Ceará (4,9%); Paraná (4,5%) e Rio Grande do Sul (3,3%).
ANÁLISE TRIMESTRAL
A variação de 12,0% no Comércio varejista no primeiro trimestre de 2008, comparado com igual período de 2007, superou não só a do último trimestre do ano anterior (9,6%) como todas as variações trimestrais desde o início da série. As atividades que determinaram tal comportamento foram: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que evolui de 5,8% para 8,9%; Móveis e eletrodomésticos (de 13,5% para 17,3%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (de 20,7% para 26,9%); Tecidos, vestuário e calçados (de 11,9% para 13,3%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (11,3% para 13,2%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (de 7,17% para 11,0%). A atividade de Combustíveis e lubrificantes, que evoluiu de 5,2% para 5,3% apresentou estabilidade. Já o crescimento da atividade de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação foi menor: de 38,2% no último trimestre de 2007 para de 29,2% noprimeiro trimestre deste ano.
No Comércio varejista ampliado, a taxa de variação do trimestre (14,8%) também superou à do último trimestre do ano de 2007 (13,4%), influenciada pelos comportamentos das atividades descritas acima, somada às de Veículos, motos, partes e peças, que variou de 21,7% para 21,4%, e de Material de construção, que reduziu seu crescimento de 14,0% para 10,9%.
Pesquisa Mensal de Comércio Fonte IBGE
Base: Março de 2008
Prof. Dr. Ricardo Bergamini
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http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini
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