Nem sempre a genialidade vem da inspiração — às vezes, vem de um erro, uma distração ou um acidente inusitado. A história da ciência e da tecnologia está repleta de invenções que nasceram por acaso. E algumas delas mudaram o mundo (ou ao menos a nossa rotina na cozinha e nos cuidados estéticos).
O engenheiro Percy Spencer trabalhava com radares durante a Segunda Guerra Mundial quando notou algo estranho: a barra de chocolate no bolso dele havia derretido enquanto testava um magnetron. Intrigado, ele colocou um pouco de milho de pipoca perto do equipamento — e voilà, o milho estourou. Isso foi o ponto de partida para a criação do forno de micro-ondas, hoje presente em praticamente todas as cozinhas do planeta.
Inicialmente estudado como tratamento para espasmos musculares, o botox é uma toxina botulínica extremamente potente. Nos anos 1990, médicos perceberam que pacientes tratados para blefaroespasmo (contrações involuntárias nos olhos) apresentavam uma pele visivelmente mais lisa na região aplicada. O uso estético logo explodiu — e hoje o botox é sinônimo de rejuvenescimento facial. Um artigo relata como esse uso off-label se tornou uma revolução na dermatologia.
As tradicionais balas duras, como conhecemos hoje, surgiram quase por engano. No século XIX, um confeiteiro francês tentava fazer caramelos quando esqueceu a mistura no fogo por tempo demais. O açúcar cristalizou e endureceu, criando um novo tipo de doce. O sucesso foi imediato — e os "erros doces" ganharam o mercado.
Outros casos curiosos incluem os post-its (inventados por um cientista que tentava criar uma supercola), o raio-x (descoberto quando Wilhelm Röntgen notou sombras estranhas num laboratório escuro) e até o Viagra, originalmente testado como remédio para pressão arterial.
O que essas histórias mostram é que o acaso, aliado à curiosidade, pode ser um grande aliado da inovação. Como dizia Louis Pasteur: “O acaso favorece a mente preparada”.
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