Poty Lazzarotto (1924-1998)

Conhecido no Brasil e no exterior pela execução de grandes murais e painéis, o artista curitibano Poty Lazzarotto (1924-1998) deixou, em sua vasta produção, uma excepcional coleção de gravuras, que está sob os cuidados da Fundação Cultural de Curitiba. Uma seleção de 97 dessas obras estará em exibição no Museu Oscar Niemeyer, a partir deste sábado (26), na mostra Gravuras Poty. A exposição poderá ser visitada até o dia 22 de novembro.

O Vagão do Armistício, um restaurante freqüentado por políticos e intelectuais, instalado no quintal da casa da família Lazzarotto, no bairro Capanema, foi um marco decisivo para a bem sucedida trajetória do artista. Foi lá que o interventor Manoel Ribas conheceu o talento do jovem Poty, que ganhou uma bolsa de estudos. Na Escola Nacional de Belas Artes, Poty recebeu sua primeira premiação, a Medalha de Bronze em Pintura no Salão Nacional, em 1942. Logo despertou o interesse pela gravura e não parou mais.

Ele ilustrou contos e crônicas. Entre 1946 e 1948 fez ilustrações para a revista paranaense Joaquim, editada por Dalton Trevisan, para jornais e publicações paulistas, cariocas e para obras de escritores consagrados, como Guimarães Rosa, Dinah Silveira de Queiroz, Jorge Amado, Euclides da Cunha e José de Alencar. Como bolsista do governo francês, na École de Beaux Arts, de Paris, estudou litografia e viajou pela França, Espanha e Itália, absorvendo influências européias.

De volta ao Brasil, já consagrado como um dos pioneiros da gravura brasileira, Poty organizou um curso de gravura em São Paulo, Salvador e Recife, realizando um grande trabalho de divulgação e aperfeiçoamento dessa técnica. E foi com a gravura que o curitibano participou das três primeiras Bienais de Arte Moderna de São Paulo, de 1951 a 1955.

A partir de 1950, ele começou a se especializar na execução de murais, utilizando temáticas universais, como o registro de fatos cívicos, nacionais, acontecimentos da vida política, econômica, social e do cotidiano das cidades. Poty criou um verdadeiro arquivo visual da história e da evolução tecnológica do homem, afirma a crítica de arte Nilza Procopiak. São de sua autoria inúmeros painéis e murais em edifícios públicos e particulares do país e até na França, onde ele executou, em madeira gravada, o mural para a Casa do Brasil.

Espaços públicos de Curitiba e de outras cidades do Paraná foram privilegiados pelas obras deixadas pelo artista. Em Curitiba destacam-se o Monumento Comemorativo ao 1o. Centenário da Emancipação Política de Estado do Paraná, obra realizada em azulejo na Praça 19 de Dezembro; São Francisco e Paraná, no Palácio Iguaçu ; Assembleia e Símbolos do Paraná, um em concreto e outro em madeira e cobre, na Assembléia Legislativa; o Trabalho Humano e a Evolução Tecnológica, feita em azulejo no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná; e Desenvolvimento de Curitiba, na Praça 29 de Março.

Serviço:
Gravuras Poty
Data: de 26 de setembro a 22 de novembro
Museu Oscar Niemeyer - Rua Marechal Hermes, 999
Horário: de terça a domingo, das 10 às 18 horas
Ingressos: R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes, com carteirinha.
Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.

A Família é uma das gravuras que fazem parte da exposição no MON.

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey