Uma tragédia acomteceu em Tábua, na terça-feira ( 31) à noite, José Daniel Fonseca, de 79 anos, atacado por milhares de abelhas não resistiu e morreu, segundo Diário de Notícias.
Só com camuflados antifogo, os bombeiros conseguiram resgatar o idoso de um enxame de cinco colmeias. As mortes por ferroadas de abelhas podem tornar-se mais frequentes em Portugal. O cruzamento de subespécies, feito naturalmente, mas também fomentado por apicultores, na expectativa de conseguirem aumentar a produção de mel, torna-as mais agressivas.
Quem o diz é João Neto, da Associação de Apicultores do Nordeste Alentejano. Embora em Portugal as associações de apicultores estejam a promover a criação de abelhas-rainhas sem cruzamentos, continua a tendência de alguns produtores importarem insectos, designadamente de Itália. Por isso o técnico adverte para a necessidade da adopção de medidas preventivas - além de máscara, fato e luvas, o apicultor deve usar fumigador [aparelho produtor de fumo, que faz com que as abelhas comam mel, para a eventualidade de terem de abandonar a colmeia, ficarem calmas e com maior dificuldade de dobrar o abdómen e de picar].
José Fonseca não estava, no entanto, a tratar das colmeias nem era apicultor. Estava sentado à porta de sua casa, quando foi atacado por milhares de abelhas das colmeias de um vizinho de onde tinha sido retirado mel há poucas horas. O genro da vítima diz que já tinha avisado o proprietário das abelhas para as levar daquele local, após outro ataque menos agressivo há cinco meses.
Na quarta-feira, a mulher do idoso, Aurora de Jesus, foi a atacada primeiro por algumas abelhas e entrou em casa, para desinfectar os ferrões. Quando regressou à porta, já o marido estava estendido no chão coberto de abelhas. A vítima entrou em paragem cardio-respiratória e foi transportada para o Centro de Saúde de Tábua, onde veio a falecer.
Os bombeiros locais não esquecerão esta tragédia que os obrigou a transportar o idoso 'cravejado' de abelhas. Sete voluntários foram atacados mas só quatro precisaram de cuidados médicos.
Os bombeiros portugueses não têm "equipamentos para enfrentar meios hostis", como este, reconhece, ao DN, o presidente da Liga de Bombeiros, Duarte Caldeira. O dirigente diz que é importante acautelar a protecção individual dos bombeiros. Os voluntários de Tábua tiveram que usar fatos anti-fogo para assistir a vítima, que foi transportada na ambulância ainda cheio de abelhas.
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