A jaguatirica é o xodó da casa. Especialmente para a mulher de Alberto, Gislene Sampaio de Morais. "Para Cherinho, minha mulher é sua mãe. Ela a segue por toda a casa", afirma o veterinário. Gislene é a única que pode mexer na comida da onça sem que ela reclame. "É só Gislene chamar, que ela vem correndo comer."
Cherinho não é a primeira habitante do mato a chegar à casa do veterinário. Alberto diz que recebe animais silvestres quatro, cinco vezes por ano. "O Corpo de Bombeiros vive trazendo animais silvestres machucados para que eu cuide. Já cuidei de lobo guará, raposa, macacos e outras jaguatiricas", explica Alberto. "Ela não se adaptou ao canil, ficou muito assustada com os cachorros, por isso a trouxe para casa", completa.
No dia 23 de novembro, Alberto procurou o Ibama para entregar a onça, mas ainda não está decidido o destino de Cherinho. Com 23 anos de experiência, Alberto sabe da importância de devolver a onça para seu habitat natural. "Não adotamos a jaguatirica, ela está aqui desde julho para tratamento, mas já está saudável", garante. Como Cheirinho se acostumou à vida doméstica, não será possível devolvê-la ao cerrado. "Conversei com o pessoal do Ibama e sabemos que ela não conseguiria mais se adaptar", lamenta.
Há duas propostas de nova moradia para Cherinho. O veterinário afirma que dois zoológicos entraram em contato com o Ibama para adotar a jaguatirica, o de São Paulo e de Belo Horizonte. "A única coisa que queremos é que ela fique em um lugar com espaço", exige Alberto.
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