Uma mulher grávida de cinco meses foi vítima na manhã desta segunda-feira, 4, de bala perdida durante uma perseguição policial no bairro Nova Cachoeirinha, região noroeste de Belo Horizonte. Carla da Silva Costa, de 20 anos, foi atingida na cabeça quando tentava se esconder de um tiroteio. Ela foi levada para o Hospital Odilon Behrens e até o final da tarde permanecia em "estado gravíssimo". O feto morreu horas depois.
Revoltados, moradores do bairro acusaram os policias militares pelo disparo que atingiu a jovem e promoveram um protesto, fechando o trânsito de uma avenida próxima.
O capitão Ronan Muniz dos Santos, responsável pela assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM), informou que uma guarnição fazia uma operação de rotina no bairro quando avistaram um traficante de drogas da região, conhecido como "Bilico". Segundo a PM, o traficante não acatou a ordem de prisão e efetuou disparos contra os policiais, que revidaram.
Carla estava na porta de sua casa e tentou se esconder atrás de um poste, mas foi atingida. O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) foi acionado, mas os próprios policiais teriam providenciado o socorro à jovem.
No hospital, a vítima foi submetida a um procedimento cirúrgico para tentar diminuir o sangramento e a pressão intracraniana. Ela sofreu perda de massa encefálica e permanecia em coma profundo, conforme a assessoria do Odilon Behrens.
Segundo Santos, após o episódio, foi instaurado um inquérito policial militar (IPM) para apontar o autor do disparo que atingiu Carla. As armas dos policiais que participaram da operação foram recolhidas e seriam submetidas a exames de eficiência e de microcomparação balística. O traficante conseguiu fugir.
Estadão
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