Campanha da ONU contra o cigarro, fumo e o álcool

por Fahed Daher


Há campanha mundial contra o tabaco, já não digo contra o cigarro porque os fumantes de hoje mais se prendem ao cigarro do que ao charuto ou ao cachimbo. Mas poucos se importam se a causa, o motivo do porque pessoas se apegam de forma dependente ao uso do cigarro, (tabaco).


Esta dependência seria e somente dependência química para a nicotina, ou reflexo condicionado pela repetição do gesto ou da vontade, em alguns, do após o cafezinho?


Não saber o que fazer com as mãos?... E quando estão ocupadas no trabalho?


Frustração ou carência afetiva e o cigarro é a chupeta? Descarga emocional/? Insegurança? Vazio existencial, mesmo acompanhado?


Foi Indução pelas propagandas elegantes e machistas especialmente da televisão, e mesmo sem ela já havendo o habito de fumar era mais regrado.


Afirmação de personalidade, machismo, para adolescentes e feminismo para elas?


Com relação à indução pela propaganda, os órgãos públicos tomam providências. E a angústia existencial? A aglomeração populacional? A insegurança? As decepções com a fé nos dirigentes públicos e inseguranças por eles geradas? Decepções com seitas religiosas? Como resolver?


Por outro lado, embora o cigarro tenha alto compromisso na adrenalina e nos prejuízos para a saúde individual, claro que afetando a vida familiar, qual a estatística que nos diz qual a percentagem de acidentes de trânsito por causa do tabaco? A percentagem de acidentes de trabalho? Ocorrências policiais? Promoções de divórcios? Menores abandonados? Desemprego? Os custos para os cofres públicos pelas doenças causadas?


A estatística publicada em 1.988 pela revista “Psicorama”, nos mostra valores tais como: Cinquenta e quatro por cento de acidentes de trabalho com participação do uso de bebidas alcoólicas, nos acidentes de trânsito. Cinquenta e um por cento causados por pessoas alcoolizadas; nos pedidos de divórcios aparecem vinte por cento por causas de alcoolismo; as ocorrências policiais aparecem oitenta por cento envolvidos com álcool; crianças abandonadas aparecem com oitenta por cento de pai e mãe envolvidos com alcoolismo.


Não aparecem estatísticas de gastos públicos com doenças tanto pelo álcool como com doenças provocadas pelo tabaco, mas sabemos que as ocorrências de atendimentos médicos são maiores com os alcoólatras do que com os fumantes. Estes, em maioria, atendidos com doenças orgânicas estabelecidas, enquanto alcoólatras são levados a internações mesmo antes dos comprometimentos orgânicos alem de internamentos em doenças estabelecidas.


Ambos os tóxicos geram impostos diversos, que favorecem cofres públicos, mas os órgãos governamentais não se preocuparam de nos informar qual a proporção de gastos com as doenças e desequilíbrios pessoais, causados por estes tóxicos, comparando com as arrecadações.


Também não se preocuparam em controlar os lucros absurdos dos empresários dos setores.


Mas, de um detalhe se sabe com certeza: o uso do álcool causa mais males sociais e orgânicos que o tabaco, logicamente no uso dependente, não no uso moderado e periódico que não induza ao alcoolismo ou ao tabagismo compulsivo.


A propaganda constante e permanente de cervejas “Zeca Pagodinho” (felizmente não ainda, dos destilados), trazendo personagens populares com estímulo, induzindo desde a juventude aos mais velhos e agora direcionando para as mulheres, está levando ao surgimento de novas indústrias e novas marcas famintas de absorver em lucros uma fatia de mercado.


A reportagem do jornal Tribuna do Norte de domingo, dia 31 de maio aponta a crise do cigarro, como no passado apresentou de escolares embriagados nas escolas... Do desentrosamento de famílias, muitas induzidas pelos programas de televisão programas que, devendo ser educativas, nos levam ao campo do colonialismo cultural.


Daí, em conclusão: Como afirmou o sábio Platão, 350 anos antes de Cristo: “O orador é o vento. O povo são as ondas. Para o lado que soprar o vento vão as ondas” – Hoje, o maior dos oradores é a mídia. Sua programação educa ou deseduca. As programações deveriam sempre ser educativas e não somente recreativas e cheias de notícias dos horrores do mundo. Os programas podem estar nos levando para o colonialismo cultural. Urgente a reconstituição das famílias com a colaboração da mídia e também do mundo político que terá de ser mais honesto.


Fahed Daher - Médico

[email protected]
Presidente da Academia de Letras Centro Norte do Paraná – Acade. De Letras de Londrina.

http://www.guiasaojose.com.br/novo/coluna/index_novo.asp?id=1033

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey