Segundo o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCT, Guilherme Henrique Pereira, não haverá um centro de pesquisa líder em cada unidade da federação, mas, sim, associação de institutos de ensino e pesquisa.
Isso é importante para não limitar os serviços que serão oferecidos à especialidade de uma só entidade e ampliar a capilaridade geográfica do Sibratec, diz Pereira. Essas redes deverão estar ligadas aos arranjos produtivos locais, que variam de região para região. Num estado, o forte pode ser metalurgia e, em outro, couro ou rochas ornamentais. Uma das diretrizes é incorporar o empresariado, não só como cliente, mas como parte das redes, nas áreas em que já consolidou competências. Empresas líderes, por exemplo, têm um papel relevante com o apoio de seus laboratórios na capacitação de pequenas empresas que atuam em sua cadeia.
A primeira modalidade de atuação será oferecer pacotes de consultoria com um custo médio de R$ 10 mil para atualizar o padrão produtivo das indústrias, com soluções que já são de uso comum nas fábricas daquele determinado produto. Por algum motivo, por exemplo, um empresário pode não usar uma tecnologia que já está difundida na concorrência.
O trabalho ficará centrado em tecnologia industrial e não em marketing, administração ou finanças. O perfil deste consultor é o de um engenheiro especializado no setor, não o de um professor universitário, que é mais dedicado à pesquisa e desenvolvimento, afirmou Pereira.
O consultor irá, por exemplo, verificar se o fluxo de produção não pode ser melhorado com mudanças simples.
São respostas que estão na prateleira, prontas para serem usadas, mas o empresário ainda não teve acesso a esses meios de aumento de produtividade, que são do conhecimento comum, disse Pereira. O governo federal irá financiar até 70% do custo desta consultoria e os restantes 30% ficarão por conta do empresário que solicitar o serviço (10%) e do arranjo produtivo local (20%).
As empresas terão também acesso a centros de inovação, para o caso de demandar um novo processo industrial ou desenvolver um novo produto. Outra modalidade do Sibratec é o apoio de redes de laboratórios que realizam serviços de metrologia.
Entidades empresariais também poderão integrar o Sibratec de forma a fortalecer o papel indutor de inovação da indústria nacional, pois um dos maiores desafios é ter a inovação tecnológica como parte essencial do processo produtivo das empresas. O objetivo do novo sistema é reproduzir na base industrial o mesmo sucesso obtido no agronegócio pelo trabalho de pesquisa e transferência de tecnologia feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), nos últimos 35 anos. A meta deve ser atingida sem a criação de novas entidades, uma vez que a tarefa consiste em agregar toda a experiência que já existe no Brasil.
O Sibratec terá recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico (FNDCT), dos governos estaduais e de outras instituições que tenham interface com a missão do Sistema.
O Sistema é uma iniciativa prevista no Plano Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, lançado pelo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, em 21 de novembro de 2007, como parte das ações do Plano de Ações de Ciência, Tecnologia e Inovação 20072010.
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