Os investigadores portugueses do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de descobriram a influência de uma proteína que bloqueia o processo da propagação da malária no organismo, segundo a Lusa.
A investigação conduziu a uma nova abordagem sobre a forma como o parasita da malária se desenvolve na fase em que está alojado no fígado dos seres humanos, evitando a propagação da doença no organismo.
Esta descoberta, inédita a nível mundial, assume uma especial importância, atendendo a que a malária é uma doença que provoca anualmente cerca de dois milhões de mortes em todo o mundo.
O trabalho, intitulado 'SR-BI plays a dual role in the establishment of malaria liver infection', foi desenvolvido por Maria Manuel Mota, Cristina Dias Rodrigues e Miguel Prudêncio, tendo sido distinguido com o Prémio CESPU (Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário) deste ano.
Em causa está a descoberta de um marcador molecular que permite que o parasita infecte as células, tendo este trabalho de investigação desenvolvido uma abordagem que permite interromper o ciclo de vida do parasita quando ainda se encontra no fígado, impedindo a sua propagação ao resto do organismo.
«Se esta descoberta puder vir a ser colocada em termos de terapia ou de prevenção permitirá que dois milhões de pessoas deixem de morrer todos os anos devido à malária», salientou Vítor Seabra, membro do júri do prémio e coordenador do Gabinete de Investigação e Desenvolvimento da CESPU.
O Prémio CESPU 2007, no valor de 30 mil euros, vai ainda distinguir com uma menção honrosa o investigador Mário de Sousa, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, pelo trabalho desenvolvido na área da microinjecção intracitoplasmática de espermatozóides.
Elsa Logarinho e Hassan Bousbaa, da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, foram também distinguidos com uma menção honrosa pela investigação sobre o papel da proteína Bub3 no controlo da transferência de material genético durante a replicação celular.
Todas as investigações distinguidas com este prémio vão ser publicadas em revistas científicas.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter