Brasil: Gás nuclear
O Brasil está apto a romper com dependência na produção do gás nuclear, diz a Marinha. O Brasil, que domina a técnica do enriquecimento do urânio, está a um passo de produzir gás nuclear, com o qual controlaria a totalidade do ciclo desse combustível, disse o comandante da Marinha do Brasil, almirante Julio Soares de Moura Neto.
O Brasil, que domina a técnica do enriquecimento do urânio, está a um passo de produzir gás nuclear, com o qual controlaria a totalidade do ciclo desse combustível, disse o comandante da Marinha do Brasil, almirante Julio Soares de Moura Neto.
Atualmente, o urânio é inicialmente processado e concentrado (yellowcake ou urânia) e é enviado ao Canadá, onde é submetido ao processo de gaseificação anterior ao enriquecimento.
A transformação do yellowcake em gás, no que diz respeito à Marinha, é algo rápido: dependemos de 20 milhões de reais. Considero que o ciclo do combustível já está praticamente dominado e isto será um benefício muito grande para o país: a não dependência, afirmou o comandante Moura Neto.
O Brasil domina todo o Ciclo do Combustível Nuclear - o conjunto de etapas do processo industrial que transforma o mineral urânio, desde quando ele é encontrado em estado natural até sua utilização como combustível, dentro de uma usina nuclear. Com as ultracentrífugas, desenvolvidas com tecnologia 100% nacional, o país poderia iniciar a produção em escala comercial nos próximos dois ou três anos e abastecer as usinas nucleares de Angra 1 e 2 e a recém aprovada Angra 3.
O combustível nuclear também alimentaria o reator do submarino nuclear, um dos mais importantes projetos da Marinha do Brasil que depende da aprovação do presidente Lula e da liberação de US$ 1 bilhão para sua conclusão.
Estamos aptos a construir, afirmou o almirante, em entrevista a correspondentes estrangeiros. Os submarinos convencionais têm um poder de dissuasão enorme, mas eles têm uma limitação, andam relativamente devagar, de tempos em tempos têm que vir à superfície para carregar as baterias. O submarino nuclear tem total liberdade de navegar pelas águas brasileiras, disse Moura Neto.
O Brasil dispõe atualmente de cinco submarinos convencionais, para vigiar uma vasta extensão marítima de 3,6 milhões de km2, ao que a Marinha do Brasil denomina de Amazônia Azul. O Brasil solicitou à ONU estender a jurisdição sobre outros 900.000 km2 da plataforma continental.
O almirante Moura Neto considera que os meios ao seu alcance são escassos dada à importância do mar para o Brasil, que extrai 80% de seu petróleo e pelo qual transitam 95% de suas exportações e importações. O submarino nuclear seria um enorme fator de dissuasão favorável à Marinha e favorável ao país, afirmou o comandante.
O reator nuclear poderá servir também para gerar eletricidade para pequenas cidades de até 10 mil habitantes. Trata-se de um projeto dual, com um reator que poderá ser instalado em uma pequena cidade, ainda não-alcançada pela energia hidroelétrica, revelou Moura. Estamos falando ao governo que se quisermos, também poderemos produzir energia elétrica para localidades de até 10.000 habitantes, ressaltou o almirante.
Fonte:
http://www.horadopovo.com.br/
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