A mulher contemporânea quer ter o direito de ter filhos quando bem entender. Para dar a ela a chance de decidir quando ter filhos, existem os métodos anticoncepcionais. E a medicina a cada dia inventa mais um.
Entre os mais recentes, o adesivo contraceptivo, lançado no Brasil há cerca de dois anos, promete mais praticidade e a mesma eficácia do anticoncepcional mais usado pelas mulheres, a pílula. O adesivo deve ser colocado na pele, no abdômen, glúteo, no antebraço ou no dorso e trocado uma vez por semana durante três semanas consecutivas. Na quarta semana, a mulher deve permanecer sem o adesivo para menstruar. Tem eficácia comprovada de 99%, como a pílula.
Quando novidades como essa são lançadas no mercado, as mulheres reagem com dúvidas e desconfianças. Será que o adesivo funciona mesmo? Não desgruda da pele? Não é incômodo? Aparece na roupa? Pode causar alergia?
Eficácia - Para começar, a primeira particularidade do adesivo é que ele é colocado diretamente na pele. Ou seja, não passa pelo estômago, por não ser tomado por vias orais, e não tem picos de liberação de hormônio, como ocorre com a pílula - libera hormônios em nível constante durante todo o tempo está na pele.
Isso significa que é útil para mulheres que têm estômago sensível, que costumam não se sentir bem ou sentir náuseas com medicação oral. O adesivo também é indicado para quem esquece com freqüência de tomar a pílula.
Assim como os outros métodos anticoncepcionais novos, o adesivo tem baixa concentração de hormônios, não provocando reações como aumento de peso, vertigens ou problemas que eram comuns às pílulas antigas, com maiores concentrações de hormônio.
Um estudo da Universidade São Paulo, realizado em dez centros no Brasil, indicou satisfação de 95,3% com o adesivo, entre as 494 mulheres pesquisadas. "Algumas pacientes passam melhor com o adesivo", diz Rui Ferriani, coordenador do estudo. "Além disso, a mulher que toma pílula tem 25 a 30% de chance de esquecimento. Como a possibilidade de esquecimento do adesivo é menor, a aceitação é boa."
A pesquisa também afirma que o adesivo pode combater os sintomas da tensão pré-menstrual, mas não são resultados conclusivos.
Desconforto - São duas as principais reclamações das mulheres em relação ao adesivo. A primeira é relacionada à vaidade. Em um país quente como o Brasil, onde se usa saias curtas, vestidos e biquínis, muita gente não gosta de andar por aí com um adesivo que, apesar de invisível embaixo da roupa, pode aparecer em roupas decotadas ou quando se está de biquíni. Afinal, o adesivo não deve ser retirado mesmo para ir à praia.
"O Brasil é um país de temperatura quente, as pessoas mostram o corpo. A principal resistência ao uso é a possibilidade de o adesivo aparecer", afirma Mariano Tamura, do Hospital Israelita Albert Einstein.
A segunda é relacionada a problemas de pele. Da mesma forma que mulheres com estômago sensível não se dão bem com a pílula, mulheres com a pele sensível podem ter irritação ou coceira no local. "Algumas pessoas têm reações alérgicas, como vermelhidão na pele. Recomendamos que a mulher varie os locais de uso por causa disso", diz Tamura.
Ele lembra que o objetivo da existência de diversos métodos anticoncepcionais não é a substituição de um pelo outro, mas a possibilidade de satisfazer diversos tipos de pessoas. Fale com seu ginecologista e escolha o melhor para você.
Com Terra
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