2011, um ponto de viragem?
O ano de 2011 nos forneceu uma oportunidade de introspecção, examinando onde vai o nosso planeta, como nossa comunidade de nações está se desenvolvendo e em que medida as relações internacionais comprometem regimes ocidentais que passaram décadas a berrar sobre direitos humanos, mas que na prática são exemplos do pior tipo de gestão de crises.
O ano de 2011 forneceu-nos um exemplo mais nobre de bravura humana, ou seja, a resposta controlada e corajosa do povo japonês após o tsunami e crise nuclear mas também o exemplo mais vil da hipocrisia humana quando potências imperialistas ocidentais atacaram a Líbia, tentando destruir o sistema participativa de democracia Jamahiriya, escolhendo como alvos mais uma vez estruturas civis com equipamento militar, apoiando terroristas e quebrando todas as leis no livro, violando todas as normas de relações internacionais.
O ano de 2011 forneceu-nos a prova, uma vez por todas, que a OTAN é uma organização terrorista, que OTAN colabora com terroristas, que a OTAN bombardeia sistemas de abastecimento de água com equipamento militar, que a OTAN ajuda e financia forças lideradas por elementos como Bel Hadj, presente nas listas de terrorismo da própria OTAN. O ano de 2011 nos fornece uma prova de que a OTAN não respeita o direito internacional, nos fornece a prova de que a OTAN não respeita a Carta da ONU, nos fornece a prova de que a OTAN não respeita os termos das Resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, nos fornece a prova de que a OTAN é uma organização criminosa que satisfaz aos caprichos dos lobbies que controlam a política externa de Washington.
Em 2011, o desrespeito mais horrendo e repugnante do direito internacional, a violação de convenções internacionais, a violação mais clara e insulto das normas diplomáticas teve lugar no estupro da Líbia pelos Estados Unidos da América e seus estados-caniche, o Reino Unido e a República da França.
A acusação contra este ato foi escrita pelo autor, recebida pelo Tribunal Penal Internacional e pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Está em anexo a este artigo (*). Esta acusação não recebeu sequer a cortesia de uma resposta de qualquer destas instituições, que significa que elas servem mais para desrespeitar a lei do que defendê-la.
Vergonhosas são as acções de aqueles que seguiam obedientemente na midia internacional estes crimes contra a humanidade, esses actos de terrorismo, como se tratassem da normalidade, que reiteraram as obscenidades de aqueles que insultaram Muammar al-Qathafi sem se referir às suas imensas e numerosas boas ações, ao seu Livro Verde e ao seu registo humanitário pelo qual ele iria receber um prémio da ONU.
Há algo que se determina direito internacional e, apesar da existência de estados pária que desejam desprezá-lo, há que ser respeitado e implementado. De um lado temos o bloco ascendente BRIC, Brasil, Rússia, Índia e China. Por outro lado, temos o descendente bloco de ex-potências coloniais, perpetradores de numerosos massacres, cujos lugares no G7 serão tomadas pelos países membros do BRIC na próxima década. Para aqueles que se riram na adesão da Rússia aos G8, em poucos anos Moscou há-de entrar nos G6 ou então G5. Quem vai se rir então?
(*) http://english.pravda.ru/opinion/columnists/06-11-2011/119534-indictment_nato-0/
Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru
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