Nordstream: Colocar Ucrânia – e a UE – no seu lugar

Nos últimos dois Invernos, a Ucrânia provocou duas “crises” de gás, cortando o fornecimento aos parceiros da Rússia e roubando gás russo, contra todas e quaisquer normas internacionais e contra a sua responsabilidade como país transitário. O resulto foi uma total falta de compreensão (ou ignorância dos factos) pelos média europeus.

Jornais conceituados em Portugal, na Inglaterra, França, Espanha e Alemanha, entre outros países, receberam a notícia de que o fornecimento de gás da Federação Russa tinha sido cortado com histeria em vez de jornalismo, culpando a Rússia de usar a sua força em conduzir as suas negociações, como se Moscovo poderia ganhar qualquer coisa em adoptar este tipo de abordagem no procedimento da sua política comercial.

Da verdade, pouco ou nada disseram. Simplesmente preferiam pavonear os “lideres de opinião”, uma parada duvidosa de personalidades académicas, jornalistas e pesquisadores que demonstraram de forma chocante, além da sua total ignorância da Rússia e suas intenções, uma total falta de capacidade de perceber o que estava a acontecer à sua volta. Quanto dinheiro eles ganharam pelos disparates escritos, só Deus sabe. Ora, com o advento do Nordstream, nos próximos tempos, esta panóplia de peritos não vai ter nada a fazer.

Na mesa das discussões na visita no início desta semana do Presidente da Federação Russa Dmitry Medvedev e a Presidente da Finlândia, Tarja Halonen, estava o Nordstream, uma rota de fornecimento alternativo Rússia-Finlândia-Mar Báltico-Alemanha, deixando a Ucrânia de fora, dado que não tem responsabilidade como transitário.

Confirmando que Nordstream tinha sido discutido ontem, Presidente Halonen declarou que

“Finlândia enfatizou repetidamente, que nós vemos este projeto nos termos do ambiente. Se o gasoduto, quando construído, for a favor do meio ambiente, é um bom projeto e um bom empreendimento”.

Acrescentou que os estudos estão decorrentes mas que em Junho os Primeiros-Ministros dos dois países vão encontrar-se e que “não nos levará muito tempo a encontrar uma solução”.

Para Dmitry Medvedev, este acordo constituirá a “espinha dorsal da segurança energética na Europa”.

Será interessante ver como os ilustres comentadores vão ganhar a vida, já que não têm a Ucrânia a roubar o gás e a culpar a Rússia.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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