O filho de Anna Politkovskaya, Ilia, está convencido de que a polícia deteve alguns dos culpados da morte da mãe.
«Posso afirmar que as pessoas que fizeram isso, prepararam o assassínio durante um ano. Sei que os verdadeiros assassinos foram detidos. Mas não todos. Não há dúvida de que os chechenos que aparecem na lista dos detidos participaram na preparação do crime» , sublinhou Ilia Politkovski.
O Tribunal Basmani de Moscovo ordenou ontem (28) a prisão de Serguei Khadjikurbanov, antigo agente da Direcção de Moscovo de Combate ao Crime Organizado, por suspeita de ser um dos organizadores do assassínio da jornalista, segundo a Lusa.
Khadjikurbanov, que se encontra em parte incerta, é o 11º detido por suspeita de participação no assassínio de Anna Politkovskaya, em 7 de Outubro de 2007.
Segundo a imprensa russa, a detenção deste antigo agente das forças de segurança é fundamental para esclarecer as ligações entre a polícia russa e o crime organizado.
O diário Kommersant escreve hoje (29), citando fontes da investigação, que Khadjikurbanov era o elo de ligação entre o grupo criminoso 'alazanski', a quem as autoridades atribuem o assassínio de Politkovskaya, e os agentes da polícia e dos serviços secretos russos.
A Procuradoria-Geral da Rússia afirma que o dirigente daquele grupo criminoso é Hoj-Akhmed Nukhaev, tchetcheno, que actualmente é procurado por suspeita de estar por trás do assassínio de Paul Khlebnikov, redactor-chefe da versão russa da revista Forbes.
Segundo as autoridades russas, Nukhaev teria ficado ofendido com algumas passagens do livro de Klebnikov 'Conversa com um Bárbaro'. Hoj-Akhmed Nukhaev, que as autoridades russas suspeitam de estar no estrangeiro, dirigia o grupo criminoso 'alazanski' que se dedicava à extorsão.
Em meados dos anos de 1990, regressou à Chechênia, tornando-se um dos comandantes da guerrilha separatista tchetchena.
Embora o grupo se tenha separado, juntava-se pontualmente para executar 'crimes por encomenda'.
Segundo as investigações, em 2006, o representante de Nukhaev em Moscovo, Magomed Dimelkhanov, terá recebido instruções de «uma pessoa desconhecida» para liquidar Politkovskaia, porque «pessoas importantes na Chechênia tinham muitas queixas contra ela» .
Entre os detidos pela polícia estão cinco tchetchenos: Magomed Dimelkhanov, Akhmed Issaev e três irmãos Makhmudov - Ibraguim, Djabrail e Tamerlão.
Murad Mussaev, o advogado de um dos irmãos Makhmudov declarou que dois deles têm alibis.
Quando foi cometido o crime, um encontrava-se em casa dos pais, na Chechênia, e outro internado num hospital.
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