O empresário russo Andrei Lugovoi, ex-agente do Serviço Federal de Segurança ( FSB), foi acusado hoje (22) pela Procuradoria britânica em relação ao assassinato do também ex-agente, Alexander Litvinenko, que morreu em Londres, em 2006, devido a uma dose de polônio-210.
Este é o texto da declaração do diretor de processos públicos da Procuradoria, Ken MacDonald, sobre o caso, segundo Efe.
"Em 23 de novembro de 2006, Litvinenko morreu em um hospital de Londres devido a ferimentos causados por uma forte radiação.
Foi descoberto que tinha ingerido uma dose letal de polônio-210, um material altamente radioativo. Durante sua difícil e fatal doença e após sua morte, a Polícia Metropolitana de Londres realizou uma investigação cuidadosa sobre como pode ter ocorrido.Entre as pessoas que eram de interesse da Polícia nesta investigação, estava o cidadão russo cujo nome é Andrei Lugovoi.
No final de janeiro de 2007, a Polícia enviou à Procuradoria um expediente com provas para que pudéssemos tomar uma decisão sobre se deviam ser apresentadas acusações criminais contra alguém que pudesse ter envolvimento nestes fatos.
Procuradores da Divisão Antiterrorista do CPS (Procuradoria da Coroa) consideraram cuidadosamente o material contido no arquivo da Polícia.
Também pediram que a Polícia realizasse mais investigações, que agora estão completas. E, finalmente, me consultaram.
Concluí hoje que as provas que a Polícia me enviou são suficientes para acusar Andrei Lugovoi pelo assassinato de Litvinenko por envenenamento deliberado.Também concluí que um processo por este caso seria claramente de interesse público.
Nestas circunstâncias, dei instruções aos advogados da CPS para que tomem medidas imediatas a fim de pedir uma pronta extradição de Andrei Lugovoi da Rússia ao Reino Unido, de modo que possa ser acusado pelo assassinato e seja apresentado rapidamente em um tribunal em Londres, para ser processado por este crime grave e extraordinário".
Resposta da Rússia
Entretanto a Constituição da Federação da Rússia não admite a extradição de seus cidadãos.
A Procuradoria-Geral da Rússia declarou num comunicado que está disposta a estudar os materiais em relação ao caso de Lugovoi , mas confirma que a Lei Suprema da Rússia não permite a extradição de cidadãos russos, informa Itar-Tass. A procuradoria não nega a possibilidade de julgar Andrei Lugovoi por um tribunal russo se serem confirmados as acusções.
Mas mesmo que a Constituição da Rússia permitisse essa extradição, dificilmente Moscovo concordaria fazer isso. O Kremlin há muito que exige a extradição de Akhmed Zakaiev, um dos chefes da guerrilha separatista tchetchena, e de Boris Berezovski, oligarca que ameaça derrubar Vladimir Putin, mas Londres recusa-se a ir ao encontro dessas exigências.
Andre Romachov, advogado de Lugovoi, disse que o cliente não recebeu «nem oralmente, nem por escrito, qualquer acusação».
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