Os militantes de movimentos juvenis levantaram o cerco ao edifício da Embaixada da Estónia em Moscovo depois da embaixadora da Estónia em Moscovo, Maria Karjuland, ter abandado a capital russa a pretexto de ir «passar férias». Alguns dos manifestantes acompanharam a embaixadora até ao aeroporto para se certificarem de que ela realmente abandonara a Rússia.
Uma fonte estónia em Tallinn contactada por telefone pela Lusa, sublinhou que «as férias são apenas um pretexto para chamar a embaixadora e aguardar o desenrolar dos acontecimentos».
O desmontelamento do Monumento ao Soldado Soviético em Tallinn complicou seriamente as relações entre a Rússia, por um lado, e a NATO e União Europeia (UE), por outro, anunciou ontem (03) o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros.
«As grosseiras violações dos direitos do homem na Estónia, que testemunhámos nos últimos tempos, são uma consequência da indiferença e permissão da UE e NATO, organizações que aceitaram como membro um país que espezinha os valores em que se baseia a cultura e a democracia europeia», declarou Alexei Borodavkin, representante permanente da Rússia na Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Numa sessão do Conselho Permanente daquela organização, Borodavkin ameaçou: «O sacrilégio cometido na Estónia, no fim de contas, não pode deixar de se reflectir nas relações da Rússia com a União Europeia e a Aliança Atlântica».
«A desmontagem e mudança de local do Monumento ao Soldado Soviético e a trasladação dos restos mortais dos soldados soviéticos em Tallinn foram recebidas na Rússia como escárnio contra os nossos santos», afirmou Borodavkin.
«Refutamos totalmente as acusações de que a Rússia não observa a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas e não garante a segurança da Embaixada da Estónia na Rússia», acrescentou.
Estas palavras do diplomata russo foram publicadas no sítio oficial do MNE da Rússia.
A Rússia aumenta também as sanções económicas contra a Estónia. Ontem, foi anunciada a decisão de suspender a venda de chocolates estónios. Oliver Kruud, proprietário da fábrica de chocolates Kalev, declarou à versão electrónica do jornal de negócios estónio Aripaev que «o mercado russo está fechado».
Segundo o jornal, só esta fábrica vendia, mensalmente, chocolates para a Rússia no valor de 260 mil euros.
Na véspera, os Caminhos-de-Ferro da Rússia suspenderam o transporte do petróleo para e através da Estónia. Em Maio, estava previsto exportar para a Europa através da Estónia 900 mil toneladas de petróleo e derivados.
O Serviço de Controlo Sanitário da Rússia anunciou que irá «verificar atentamente a segurança e a qualidade dos produtos alimentares estónios». A mesma medida foi anunciada quando Moscovo divulgou sanções económicas contra a Geórgia e a Moldávia.
Iúri Lujkov, presidente da Câmara de Moscovo, ordenou às empresas públicas e municipais para congelarem todas as relações económicas e financeiras com a Estónia.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter