No âmbito da visita do Chanceler russo, Serguei Lavrov, a Rússia fechou esta quinta-feira um acordo para fornecer ao Brasil combustível para foguetes e tecnologia espacial. O acordo ajudar o Brasil a lançar satélites no espaço com segurança, depois da explosão na base de lançamento de Alcântara, no Maranhão, que matou 21 pessoas em 2004.
O Brasil também está próximo de um acordo para comprar helicópteros militares russos para as Forças Armadas, para atuação principalmente na região amazônica confirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim numa conferência de imprensa conjunta com Lavrov . Ele não quis revelar a quantidade, o prazo de entrega ou o valor do contrato. "As negociações estão acontecendo. Tem uma trade da área militar cuidando disso", afirmou o ministro.
Amorim disse que o fornecimento deve ser feito em três etapas: na primeira, os helicópteros viriam prontos da Rússia. Na segunda, seriam montados no Brasil, e na terceira, os helicópteros teriam alguns componentes brasileiros. "A possível compra dos helicópteros está bem avançada, mas nós queremos que ela caminhe para algum tipo de investimento no Brasil e também queremos investir na Rússia, em uma joint-venture na área de aviões", afirmou Amorim. A idéia é que a Embraer participe da produção de aviões na Rússia.
Serguei Lavrov, respondendo a uma pergunta sobre se o País não estaria incentivando uma corrida armamentista na América Latina, já que a Rússia também vendeu helicópteros militares para a Venezuela, Lavrov disse que não. "Nunca vendemos armamentos a qualquer país em violação às regras internacionais. Nossos parceiros não violam nenhuma convenção quando compram armamento da Rússia", afirmou.
. A intenção é ampliar a balança comercial entre os dois países dos atuais US$ 4 bilhões para US$ 10 bilhões nos próximos quatro anos. O governo brasileiro também quer maior equilíbrio na relação comercial entre os dois países, hoje com superávit de US$ 2 bilhões para o Brasil, com o aumento das importações russas.
Mas o chanceler russo não anunciou, durante a visita, o fim do embargo à importação de carne brasileira. No início da semana o governo autorizou a importação da carne industrializada, mas a carne in natura, que representava o grosso das exportações brasileiras, continua proibida.
Amorim disse que tentará convencer a Rússia de que a carne brasileira é segura e deliciosa levando seu colega russo para jantar em uma churrascaria.
Em resposta, o chanceler russo, Sergei Lavrov, brincou que o jantar terá de ser bastante persuasivo, já que ele visitou recentemente a Argentina, outro país famoso por sua carne .
Brasil e Rússia também assinaram acordos de cooperação na área de biocombustíveis e finalizaram o processo para a entrada em vigor do acordo de extradição
Nesta sexta-feira, durante a reunião de ministros do Mercosul, o ministro russo assina um memorando de entendimento para a criação de um mecanismo de diálogo político e cooperação entre Mercosul e Rússia.
Com BBC e G-1
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